O Projecto “O Piolho Zarolho e o Arco-íris da Amizade” é propriedade da APPACDM de Coimbra – Unidade Funcional de Montemor-o-Velho, do qual resultou a publicação de um livro com o mesmo título, da autoria de Lurdes Breda e Lina Carregã.
Este livro foi escrito, pelos utentes dessa unidade utilizando Escrita com símbolos, software inclusivo de comunicação aumentativa e alternativa.
Público-alvo:
•Ensino Pré-Escolar, 1º Ciclo do Ensino Básico e pessoas com Necessidades Educativas Especiais
Objectivos:
•Facilitar a descoberta da criança e a sua compreensão do mundo, tendo em consideração a diversidade étnica, religiosa, regional e cultural;
•Fomentar atitudes inclusivas e de cidadania;
•Ajudar a criança a escolher, descobrir e testar uma escala de valores: justiça, paz, liberdade, igualdade e solidariedade.
•Desenvolver a criatividade e o mundo imaginário.
•Proporcionar às pessoas incapazes de prover às suas próprias necessidades diárias de comunicação, através de meios naturais como a fala, o gesto ou a escrita, sistemas alternativos ou aumentativos de expressão.
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Saberes e atitudes de alunos com deficiência
A cada novo conteúdo a ser ensinado, de acordo com seu planejamento, você se depara com a tarefa de sondar quanto a turma já sabe sobre aquilo para determinar como levá-la a avançar. Quando há uma criança com deficiência na sala, a história não deve ser diferente. É preciso verificar também o que ela já conhece e seguir em frente com a etapas previstas. Mais do que se basear num diagnóstico médico que limite as possibilidades dela, proponha situações de aprendizagem desafiadoras para descobrir até onde ela pode chegar.
Colocando o foco no aprendizado e considerando cada criança em suas particularidades, você evita a preocupação demasiada com os sintomas ou com a adequação do comportamento dela. “É muito complicado transportar um diagnóstico médico para a sala de aula. Ele ajuda, mas não pode ser um rótulo que se tenha de carregar e impeça o aprendizado”, afirma Simone Kubric, educadora do Trapézio – Grupo de Apoio à Escolarização, em São Paulo. Não são raras as ocasiões em que o aluno supera as expectativas criadas pelos médicos, surpreendendo a todos com seu desempenho.
Para investigar o que os alunos com algum tipo de deficiência já sabem, você pode usar as mesmas estratégias que prepara para os demais, desde que adote diferenciações adequadas a cada necessidade da criança. O importante é colocar todos os estudantes em contato com aquilo que pretende ensinar.
A estratégia escolhida deve permitir que eles usem, durante a sondagem, informações e práticas já conhecidas. Os resultados dão uma ideia dos conhecimentos prévios de cada um, evitando que você proponha situações fáceis demais – e, portanto, desmotivantes – ou apresente algo exageradamente complexo, que os alunos, naquele momento específico, ainda não têm condição de se apropriar.
Dada a aula, você tem pela frente a tarefa de avaliar o que todos aprenderam. Aqui é preciso evitar o erro de comparar crianças diferentes, ou querer nivelar o desenvolvimento da turma. Isso vale para crianças com e sem deficiência. O desempenho de cada aluno deve ser confrontado com o conhecimento prévio que ele tinha, levando em conta suas possibilidades individuais. “O correto é comparar cada aluno com ele mesmo”, diz Silvana Lucena Drago, responsável pelo setor de Educação Especial da Diretoria de Orientação Técnica da prefeitura de São Paulo.
Avaliação de atitudes
Colocando o foco no aprendizado e considerando cada criança em suas particularidades, você evita a preocupação demasiada com os sintomas ou com a adequação do comportamento dela. “É muito complicado transportar um diagnóstico médico para a sala de aula. Ele ajuda, mas não pode ser um rótulo que se tenha de carregar e impeça o aprendizado”, afirma Simone Kubric, educadora do Trapézio – Grupo de Apoio à Escolarização, em São Paulo. Não são raras as ocasiões em que o aluno supera as expectativas criadas pelos médicos, surpreendendo a todos com seu desempenho.
Para investigar o que os alunos com algum tipo de deficiência já sabem, você pode usar as mesmas estratégias que prepara para os demais, desde que adote diferenciações adequadas a cada necessidade da criança. O importante é colocar todos os estudantes em contato com aquilo que pretende ensinar.
A estratégia escolhida deve permitir que eles usem, durante a sondagem, informações e práticas já conhecidas. Os resultados dão uma ideia dos conhecimentos prévios de cada um, evitando que você proponha situações fáceis demais – e, portanto, desmotivantes – ou apresente algo exageradamente complexo, que os alunos, naquele momento específico, ainda não têm condição de se apropriar.
Dada a aula, você tem pela frente a tarefa de avaliar o que todos aprenderam. Aqui é preciso evitar o erro de comparar crianças diferentes, ou querer nivelar o desenvolvimento da turma. Isso vale para crianças com e sem deficiência. O desempenho de cada aluno deve ser confrontado com o conhecimento prévio que ele tinha, levando em conta suas possibilidades individuais. “O correto é comparar cada aluno com ele mesmo”, diz Silvana Lucena Drago, responsável pelo setor de Educação Especial da Diretoria de Orientação Técnica da prefeitura de São Paulo.
Avaliação de atitudes
Para que a avaliação do aluno com deficiência saia a contento, é importante ter em mente o que se quer que ele aprenda, quais são os objetivos que ele deve atingir e os conteúdos a dominar. Outra tarefa é determinar as metodologias e estratégias que serão adotadas. Nesse sentido, vale lembrar que todas as atividades oferecem elementos para avaliação. Atitudes muito simples, como se reunir em grupo, permanecer sentado na carteira, se alimentar, cuidar da higiene pessoal sozinho e utilizar os materiais escolares corretamente podem ser considerados grandes avanços para estudantes com deficiência intelectual. A observação de todos no dia a dia é sempre de grande valia para o professor.
"O educador não pode apenas procurar o que está errado no aluno. O importante é verificar o que ele foi capaz de aprender", diz Maria Tereza Esteban, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro. E, no caso das crianças e dos jovens com deficiência, pequenas atitudes são sempre indícios de progressos, mesmo que eles não apreendam todo o conteúdo que você tentou ensinar na sua disciplina.
Para acompanhar a aprendizagem das crianças, é preciso fazer registros diários sobre o desempenho delas e compilar os trabalhos que realizam em sala. Esse material pode ser transformado num portfólio (arquivo da produção dos alunos). A periodicidade com que esses registros são transformados em notas depende da política educacional de cada escola. Pode ser bimestral ou trimestral.
O importante é que esses progressos sirvam de instrumento para que você verifique o que cada um aprendeu e, especialmente no caso dos alunos com deficiência, planeje estratégias diferenciadas para que eles não parem de avançar. Essa verificação também servirá para o planejamento dos objetivos seguintes. Assim você sempre poderá determinar com mais segurança o que ensinar a cada etapa e qual a maneira mais apropriada de fazer isso.
Comportamento nas provas
"O educador não pode apenas procurar o que está errado no aluno. O importante é verificar o que ele foi capaz de aprender", diz Maria Tereza Esteban, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro. E, no caso das crianças e dos jovens com deficiência, pequenas atitudes são sempre indícios de progressos, mesmo que eles não apreendam todo o conteúdo que você tentou ensinar na sua disciplina.
Para acompanhar a aprendizagem das crianças, é preciso fazer registros diários sobre o desempenho delas e compilar os trabalhos que realizam em sala. Esse material pode ser transformado num portfólio (arquivo da produção dos alunos). A periodicidade com que esses registros são transformados em notas depende da política educacional de cada escola. Pode ser bimestral ou trimestral.
O importante é que esses progressos sirvam de instrumento para que você verifique o que cada um aprendeu e, especialmente no caso dos alunos com deficiência, planeje estratégias diferenciadas para que eles não parem de avançar. Essa verificação também servirá para o planejamento dos objetivos seguintes. Assim você sempre poderá determinar com mais segurança o que ensinar a cada etapa e qual a maneira mais apropriada de fazer isso.
Comportamento nas provas
A forma de se comportar no ambiente escolar, além de ser ensinada, precisa ser também avaliada. Um aspecto particularmente importante é como se portar durante uma prova. Nesses tempos em que as avaliações de sistemas estão se tornando cada vez mais frequentes, trabalhar essa questão com aqueles que apresentam deficiência ganha importância.
Alunos com deficiência das escolas municipais da capital paulista, por exemplo, já são submetidos à Prova São Paulo, que avalia os estudantes do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática. Para participar, os alunos com autismo, por exemplo, contam com a ajuda de um professor com quem tenham mais afinidade. As crianças com deficiência visual severa recebem a prova em braile ou fazem o exame com a ajuda de ledor e escriba.
Na Rede Estadual de São Paulo, todos os alunos participam do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), que serve de base para o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Mas algumas flexibilizações são contempladas, como no caso dos alunos com deficiência intelectual. Eles fazem a prova como os demais, na perspectiva da inclusão, mas as notas alcançadas por eles não são contabilizadas no resultado final do exame.
Alunos com deficiência das escolas municipais da capital paulista, por exemplo, já são submetidos à Prova São Paulo, que avalia os estudantes do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa e Matemática. Para participar, os alunos com autismo, por exemplo, contam com a ajuda de um professor com quem tenham mais afinidade. As crianças com deficiência visual severa recebem a prova em braile ou fazem o exame com a ajuda de ledor e escriba.
Na Rede Estadual de São Paulo, todos os alunos participam do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), que serve de base para o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Mas algumas flexibilizações são contempladas, como no caso dos alunos com deficiência intelectual. Eles fazem a prova como os demais, na perspectiva da inclusão, mas as notas alcançadas por eles não são contabilizadas no resultado final do exame.
Carla Soares Martin
Revista Nova Escola
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Calendário escolar 2009/2010
As actividades lectivas do pré-escolar começam dia 13 de Setembro. A 5 de Julho de 2011, os jardins-de-infância voltam a fechar depois de mais um ano lectivo. As primeiras férias, as de Natal, estão marcadas de 20 a 31 de Dezembro, a segunda paragem de 7 a 9 de Março e a terceira, na Páscoa, de 11 a 21 de Abril.
sábado, 11 de setembro de 2010
O controle dos esfincteres
Já saiu das fraldinhas! Assim dizem os pais, muito eufóricos, quando o seu filho já solicita o uso da sanita. É um motivo de comemoração, por ser entendido como mais um passinho no sentido do crescimento do bebé.
E é verdade!
Esta nova fase de "bebê sequinho", que tanto encanta aos pais, ocorre, em sua maioria, em torno dos 2 ou 3 anos de idade, alguns mais cedo, outros um pouco mais tarde, mas sempre por volta desta faixa etária.
Muito cedo pode ser prejudicial
Muitos pais se questionam sobre a forma correta para dar início a este novo ensinamento.
É importante saber a época do inicio; treinos muito precoces acabam não sendo benéficos, stressam a criança e os pais; e nem sempre têm um resultado final positivo.
Início do treino
O período em que se pode iniciar é, em geral, logo depois que o bebê já sabe correr com certa segurança e autoconfiança. Esta é uma etapa do desenvolvimento neuro-psico-motor em que a coordenação motora já está melhor estabelecida. Pode-se então começar, a partir daí, o treino do controle dos esfíncteres de forma mais criteriosa, não só sob o ponto de vista orgânico, mas também emocional - esta é também uma fase em que o bebê já está inserido na Linguagem. A comunicação se faz assim de forma mais adequada.
Primeiro se treina o controle do esfíncter anal, depois o controle do esfíncter urinário. Primeiro durante o dia e depois durante a noite.
Todo o treinamento deve ser feito de forma bem tranqüila, sem pressão e/ou chantagem, para que entre na rotina sem angústia, sem culpa e sem receio.
Deve ser comemorado cada sucesso, mas sem grandes alardes para não dar a conotação de que são os pais os únicos interessados neste sucesso. Lembre-se de que crianças são os melhores leitores das emoções paternas e maternas e sabem lidar com a emoção dos pais muito sagazmente e sabiamente! E daí a inverter a situação é um pulo.
Quando a criança entende, com tranqüilidade, o significado desta nova etapa, ela passa, então, a solicitar ajuda à mãe, ao pai ou à babá e deve ser sempre atendida de forma mais imediata possível, mas sem exageros para evitar parecer uma situação emergencial. Por mais inconveniente que seja o momento da solicitação, evite ao máximo sugerir fazer "nas fraldinhas mesmo, agora pode". Ela ficará insegura diante desta resposta e acabará por se deixar envolver pelo clima de ambigüidade e desistência, tornando-se muito mais difícil depois resgatar esta etapa.
Quando é necessário um retrocesso
Quando em situações extremas como, por exemplo, uma doença diarréica, fica, por certo, mais complicado administrar toda a situação, em especial se ocorrer em período de treino recente. É muito importante, no entanto, que seja explicado que é por causa da doença e que logo, logo, quando sarar, vai poderdeitar fora de novo as fraldinhas. E cumprir e estimular o combinado!
Privacidade é necessário
É importante também que ele tenha seu "espacinho" - principalmente no início do treino. Valorizar a privacidade faz parte da orientação. Pode ser um peniquinho colocado ao lado da sanita para que ela possa, junto com o adulto que a acompanha, despejar e dar a descarga.
Lembro-me de uma criança de 3 anos de idade que não conseguia ir ao banheiro e quando forçado a sentar na sanita ficava apavorado. Tremia e gritava a um ponto que era necessário sair casa de banho e ser aconchegado para se acalmar. Um dia, eledisse, chorando muito, que tinha medo de ser engolido pela descarga.
As fantasias infantis são inúmeras e é sempre conveniente estar atento a situações de medo e de recusa a novos hábitos. Por trás de muitos "medinhos" se esconde uma fantasia que até para os adultos podem ser assustadores.
Acidentes podem acontecer, e lá um belo dia, depois de muito acerto, lá se vai um xixi na roupa ou na cama. Não se assuste nem seja muito rigorosa na pontuação do erro. Isto é possível e passível de acontecer nesta fase inicial, em especial num dia de muito cansaço ou de muita agitação. O ideal é ser compreensivo e entender o ato como um fcato acidental. Isso o deixará mais tranqüilo para continuar em seu ritmo já estabelecido.
O controle dos esfíncteres é uma das etapas em que todos participam de forma direta ou indireta, desde pais e familiares, até os cuidadores em creches e escolinhas.
Todas as etapas do desenvolvimento de uma criança são sempre gratificantes. Todos ficam felizes com o bom desempenho e a criança também.
Os comentários em volta dela: "não usa mais fraldinhas" a deixa em posição privilegiada e de destaque. Ela sente isso, ela sente o progresso e o seu próprio caminhar em direção ao mundo dos adultos. Sente-se mais independente e se regozija junto com quem a orienta. Cuide então, para que esta etapa seja vencida de forma suave, tranqüila, com o mínimo de preocupação e o máximo de alegria por ter sido bem apreendida.
Ver dicas
E é verdade!
Esta nova fase de "bebê sequinho", que tanto encanta aos pais, ocorre, em sua maioria, em torno dos 2 ou 3 anos de idade, alguns mais cedo, outros um pouco mais tarde, mas sempre por volta desta faixa etária.
Muito cedo pode ser prejudicial
Muitos pais se questionam sobre a forma correta para dar início a este novo ensinamento.
É importante saber a época do inicio; treinos muito precoces acabam não sendo benéficos, stressam a criança e os pais; e nem sempre têm um resultado final positivo.
Início do treino
O período em que se pode iniciar é, em geral, logo depois que o bebê já sabe correr com certa segurança e autoconfiança. Esta é uma etapa do desenvolvimento neuro-psico-motor em que a coordenação motora já está melhor estabelecida. Pode-se então começar, a partir daí, o treino do controle dos esfíncteres de forma mais criteriosa, não só sob o ponto de vista orgânico, mas também emocional - esta é também uma fase em que o bebê já está inserido na Linguagem. A comunicação se faz assim de forma mais adequada.
Primeiro se treina o controle do esfíncter anal, depois o controle do esfíncter urinário. Primeiro durante o dia e depois durante a noite.
Todo o treinamento deve ser feito de forma bem tranqüila, sem pressão e/ou chantagem, para que entre na rotina sem angústia, sem culpa e sem receio.
Deve ser comemorado cada sucesso, mas sem grandes alardes para não dar a conotação de que são os pais os únicos interessados neste sucesso. Lembre-se de que crianças são os melhores leitores das emoções paternas e maternas e sabem lidar com a emoção dos pais muito sagazmente e sabiamente! E daí a inverter a situação é um pulo.
Quando a criança entende, com tranqüilidade, o significado desta nova etapa, ela passa, então, a solicitar ajuda à mãe, ao pai ou à babá e deve ser sempre atendida de forma mais imediata possível, mas sem exageros para evitar parecer uma situação emergencial. Por mais inconveniente que seja o momento da solicitação, evite ao máximo sugerir fazer "nas fraldinhas mesmo, agora pode". Ela ficará insegura diante desta resposta e acabará por se deixar envolver pelo clima de ambigüidade e desistência, tornando-se muito mais difícil depois resgatar esta etapa.
Quando é necessário um retrocesso
Quando em situações extremas como, por exemplo, uma doença diarréica, fica, por certo, mais complicado administrar toda a situação, em especial se ocorrer em período de treino recente. É muito importante, no entanto, que seja explicado que é por causa da doença e que logo, logo, quando sarar, vai poderdeitar fora de novo as fraldinhas. E cumprir e estimular o combinado!
Privacidade é necessário
É importante também que ele tenha seu "espacinho" - principalmente no início do treino. Valorizar a privacidade faz parte da orientação. Pode ser um peniquinho colocado ao lado da sanita para que ela possa, junto com o adulto que a acompanha, despejar e dar a descarga.
Lembro-me de uma criança de 3 anos de idade que não conseguia ir ao banheiro e quando forçado a sentar na sanita ficava apavorado. Tremia e gritava a um ponto que era necessário sair casa de banho e ser aconchegado para se acalmar. Um dia, eledisse, chorando muito, que tinha medo de ser engolido pela descarga.
As fantasias infantis são inúmeras e é sempre conveniente estar atento a situações de medo e de recusa a novos hábitos. Por trás de muitos "medinhos" se esconde uma fantasia que até para os adultos podem ser assustadores.
Acidentes podem acontecer, e lá um belo dia, depois de muito acerto, lá se vai um xixi na roupa ou na cama. Não se assuste nem seja muito rigorosa na pontuação do erro. Isto é possível e passível de acontecer nesta fase inicial, em especial num dia de muito cansaço ou de muita agitação. O ideal é ser compreensivo e entender o ato como um fcato acidental. Isso o deixará mais tranqüilo para continuar em seu ritmo já estabelecido.
O controle dos esfíncteres é uma das etapas em que todos participam de forma direta ou indireta, desde pais e familiares, até os cuidadores em creches e escolinhas.
Todas as etapas do desenvolvimento de uma criança são sempre gratificantes. Todos ficam felizes com o bom desempenho e a criança também.
Os comentários em volta dela: "não usa mais fraldinhas" a deixa em posição privilegiada e de destaque. Ela sente isso, ela sente o progresso e o seu próprio caminhar em direção ao mundo dos adultos. Sente-se mais independente e se regozija junto com quem a orienta. Cuide então, para que esta etapa seja vencida de forma suave, tranqüila, com o mínimo de preocupação e o máximo de alegria por ter sido bem apreendida.
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O que muda não é a diferença. São os olhos.
Existe uma história que foi construída em torno da dor da diferença: a criança que se sente não bem igual às outras, por alguma marca no seu corpo, na maneira de ser… Esta, eu bem sei, é estória para ser contada também para os pais. Eles também sentem a dor dentro dos olhos. Alguns dos diálogos foram tirados da vida real. Ela lida com algo que dói muito: não é a diferença, em si mesma, mas o ar de espanto que a criança percebe nos olhos dos outros [...] O medo dos olhos dos outros é sentimento universal. Todos gostaríamos de olhos mansos… A diferença não é resolvida de forma triunfante, como na estória do Patinho Feio. O que muda não é a diferença. São os olhos…
Ruben Alves
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