quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ah! As birras.



Os pais das crianças com autismo geralmente são responsabilizados pelos “ataques de birra” de seus filhos. As pessoas não entendem as reações das crianças e culpam os pais por não “darem limites” a seus filhos.

Como estamos acostumados a manter o controle nos ambientes que freqüentamos, ninguém imagina como o cérebro de uma criança pode entrar em “sobrecarga” (palavra muito usada pelos próprios autistas para descreverem o que sentem). Elas freqüentemente não conseguem filtrar os estímulos que as cercam (auditivos, visuais e táteis) e sentem como se todos os atingissem ao mesmo tempo, com a mesma intensidade.

Para nós, a adaptação e a “filtragem” dos estímulos é automática. Escolhemos aquele estímulo que mais nos interessa numa situação (a voz de uma pessoa, por exemplo) e, automaticamente, os outros ficam em segundo plano. No autismo não é assim. A criança não consegue fazer isso automaticamente. O seu cérebro fica confuso devido a entrada de vários estímulos ao mesmo tempo e ocorre a sobrecarga.

Muitos dos problemas de comportamento apresentados por essas crianças, deve-se a um colapso no controle dessa filtragem de estímulos. Portanto, quando seu filho tiver uma “crise de birra”, primeiramente observe:

1 - Avalie a situação em que ocorre o problema de comportamento. Lembre-se dos diversos estímulos (excesso de luzes, sons, vozes, multidão, toque, mudanças na rotina, imprevistos, situações novas ou desagradáveis, etc) que “sobrecarregam” os sistemas sensoriais da criança com autismo.

2 – Quando as crianças têm um sorriso no rosto, podem cooperar e prestar atenção. Mas quando estão cansados, confusos, frustrados, ansiosos, podem entrar em devastadora “sobrecarga de sensações”.

3 – A maioria das crianças “sinaliza” sua ansiedade de alguma forma. Talvez se torna agitada e, neste caso, essa agitação deve ser interpretada como comunicação : “Salve-me antes que eu perca o controle”.

4 – A dificuldade em comunicar algo ou pedir ajuda pode levar a um estado de frustração.

5 – Eles não gostam de perder o controle. Essas reações não são planejadas, são reações, isto é, a criança reage a algo que a incomoda ao extremo. Ao extremo dela perder o controle!

6 – Quem mais sofre nestas situações é a própria criança. Para ela, é difícil “voltar” depois que ultrapassou o próprio limite de “sobrecarga”.

7 – Você pode ajudar a criança a “voltar”.

PARA EVITAR QUE AS CRISES DE BIRRA OCORRAM, LEMBRE-SE :

A – A criança com autismo pode não generalizar uma regra. Talvez ela se comporte em casa mas não na escola, ou ao contrário. Pode aprender a se comportar numa situação, num determinado ambiente, mas para se comportar num outro ambiente, vai ter que aprender
novamente. Cada vez é a primeira vez. É preciso sempre lembrá-la de como deve se comportar.

B – Quando a criança fica sem ter o que fazer, podem ocorrer os movimentos de auto-estimulação ( que também os ajudam a lidar com uma situação nova ). Nestas ocasiões você pode oferecer a ela algo que seja mais interessante. Mas a família deve procurar preencher o tempo da criança de maneira sistemática ( usar figuras sobre a rotina diária pode ajudar).

C – Situações novas ou inesperadas também causam ansiedade. . Prepare sempre o seu filho para o que vai acontecer. Ele vai ficar mais calmo. Se você usar figuras, vai ser mais fácil ele entender, principalmente se ele perceber que depois de uma situação difícil (ida ao médico ou a o dentista, por exemplo), ele vai poder descansar ou fazer algo que gosta.

D – Criticar , provocar, insistir que uma recusa da criança é “bobagem”, é contra-produtivo e piora as coisas. Respeite os limites do seu filho. Lembre-se de que você pode estar forçando limites de tolerância sensoriais ou emocionais. Ele pode, sim, se acostumar a algumas situações que a princípio são difíceis para ele, mas para isso precisará de tempo e paciência.

CASO AS CRISES OCORRAM :
Seu filho não sabe o que fazer para “voltar” (lembra-se que ele perdeu o controle?) nem o que fazer para se corrigir.

Ele precisa que você não perca o controle!
Ajude-o falando baixo, com voz suave e calma, repetindo uma palavra que ele entenda, cantarolando uma música que ele goste, ou descrevendo seu lugar predileto.
Se ele estiver, por exemplo, batendo a cabeça contra a parede, diga “parado” e repita várias vezes com voz tranqüila, ajudando-o , gentilmente, a parar o movimento (apenas se ele é uma criança que aceita bem ser tocado). Se ele estiver gritando, diga “calado” ou “feche a boca”. Se estiver batendo em alguém ou nele mesmo, você pode dizer “mãos prá baixo”.
Você ainda pode ajudar falando das coisas que ele gosta de fazer, por exemplo, “balanço” ou “praia” . Músicas também ajudam. Mas não esqueça de falar devagar, baixo e manter sua tranqüilidade. Com o tempo, você vai ver que ele vai fazer isso sozinho.
Outra opção é dar a ele um ritmo. Se ele às vezes usa um movimento repetitivo qualquer para se acalmar, você pode tentar tocar levemente em seu ombro, em toques repetitivos e ritmados. O ritmo conhecido é seguro e calmante.

Lembre-se que o seu filho não entende porquê você fica “zangado” e, se for tratado com agressividade, REFLETIRÁ (como num espelho) essa atitude. Ele percebe melhor as emoções do que as palavras ou ações dos outros. Quanto mais você “zangar’ com ele, mais seu comportamento se tornará difícil. Portanto, é importante amá-lo quando falar com ele.

Finalmente : As crianças com autismo são antes de tudo ... crianças! E haverá momentos em que estarão tendo comportamentos característicos da idade ou do seu temperamento. Nestes momentos o “velho” castigo funciona bem, desde que a criança entenda o que está acontecendo. Se não, será inútil. Cabe então aos pais analisarem cada situação (em caso de dúvida, volte ao ítem 1).

Primeiros 10 meses com o Programa Son-rise de Simon

As palavras que mudam a sua vida… “O seu filho tem autismo


As palavras que mudam a sua vida… “O seu filho tem autismo”. Elas ligam mães de uma forma que outras pessoas não conseguem entender. Devido ao facto do autismo atravessar todas as fronteiras sociais, económicas e culturais, as mães de crianças autistas vêm de todos os paises do mundo e de todos os percursos de vida. Conheci mães no Facebook, em reuniões de apoio ao autismo e na escola. Algumas são conhecidas, e outras sinto-me honrada de lhes chamar grandes amigas. Sou atingida pelo amor que elas têm pelos seus filhos e famílias, e sou continuamente inspirada por elas.
Desde organizarem grupos de apoio a advogar em nome das nossas crianças, estas mulheres são apaixonadas, destimidas e uma força a ser reconhecida. Quando olho para mães de crianças autistas eu sei, é fácil ver semelhanças, apesar das suas várias diferenças. Então minhas Companheiras Mães de Crianças Autistas, aqui fica o meu top 5 de razões pelas quais somos fantásticas:
1.Temos garra
Na vida, não existe mulher mais forte do que aquela que aparece para proteger a sua criança. Seja cuidados de saúde ou educação, as mães de crianças autistas são super conscientes daquilo que está a acontecer com a sua criança, seja bom ou mau. Elas são apaixonadas por ajudarem as suas crianças e por se apoiarem umas às outras. Estas “mães guerreiras”, como muitas foram chamadas, lutam por serviços, pelos direitos das suas crianças receberem uma educação adequada e terem a liberdade de tomarem decisões de saúde para as suas famílias. Elas procuram factos, a verdade e desafiam regularmente o status quo
Sentem-se numa mesa com mães de crianças autistas, e vão ouvi-las contar histórias de guerra. Nós podemos entrar em batalhas sozinhas, mas sabemos que há uma mãe algures que passou pelo mesmo e nos pode ajudar e apoiar. Através das suas vozes e conversas, vão ouvir a devoção imparavável para com as suas crianças e famílias. Estas mamãs com garra não aceitarão nem devem aceitar nada de ânimo leve no que toca ao bem-estar das suas crianças.
Então, quer concorde ou discorde sobre um tema particular com uma mãe de uma criança autista, eu dou-lhe o meu respeito. Ela trava as suas próprias batalhas. Ela vive a sua vida. Ela protege as suas crianças e a sua família. Chamem-lhe força. Chamem-lhe o que quiserem. Mas nunca substimen uma mãe de uma criança com autismo. Nós nunca deixamos as nossas crianças desprotegidas.
2. Temos força dentro de nós
Enquanto as mães de crianças autistas se focam, muitas vezes, em como o autismo mudou as suas vidas, reconhecemos rapidamente a força que este caminho nos deu. Dito isto, não sei se concordo com a seguinte frase, “ O que não nos mata torna-nos mais fortes”. Sim, às vezes, o autismo torna as mães em pessoas mais fortes. Mas também pode fazer uma mãe sentir-se muito em baixo. O autismo tem uma forma de endurecer até as mães mais macias . Nós vivemos uma vida cheia de stress, muitas vezes num estado de “fugir ou lutar”. Mas, independentemente das emoções com que têm de lidar, as mães de crianças autistas aprendem a fazê-lo juntas e a tornarem-se mais fortes, porque isso é o que a criança precisa que nós sejamos.
As mães de crianças autistas sabem que haverão muitas batalhas pelo caminho... com escolas, médicos, companhias de seguros, o governo, a intolerância, etc. Nunca sabemos quem poderá, directa ou indirectamente, atacar a nossa criança ou tentar magoá-la. Como soldado de batalha cansado lançamos as nossas barreiras emocionais para nos protegermos da dor. Nós usamos o nosso escudo sem nunca saber que inimigo pode atacar amanhã. E mesmo quando ganhamos uma pequena batalha, tal como ter uma reunião fantástica, nós sabemos que a guerra não acabou. Então aproveitamos o nosso tempo com as nossas familias e amigos, mas as guardas que nós construímos à nossa volta nunca recuam verdadeiramente. Porque sabemos que, a qualquer momento, o sapato pode cair de novo e estamos de volta à batalha, mais uma vez. É por isto que as mães de crianças autistas são muitas vezes, das mulheres mais fortes que conheço.
3. Somos Super Inteligentes
Uma vez que recebem o diagnóstico, cedo reparam que têm de ser gestoras, doutoras, advogadas e professoras, tudo numa só. Posso estar a exagerar um pouco, mas há alguma verdade na minha frase. As mães de crianças com autismo fazem muitas vezes a coordenação da equipa da criança e tomam decisões importantes diariamente.
Muitas mães são forçadas a aprender não apenas o que o autismo significa para a sua criança, mas também passam horas a ler as últimas investigações sobre o autismo. Se é suposto concordarmos com as recomendações físicas, devemos aprender sobre esses aspectos que que dizem respeito aos nossos filhos. Sentam-se num grupo de apoio a ouvir discussões sobre tratamentos biomédicos e intervenções, problemas de sono, problemas de motricidade fina, sensorial, curriculum de capacidades sociais, etc.
Quando a vossa criança entra no sistema escolar, as mães de crianças autistas tornam-se muito conscientes de precisam de começar a aprender sobre as leis que governam os sistemas educacionais. Se os pais querem assegurar que as suas crianças têm uma educação pública apropriada, aprender as bases da lei da educação especial e de como isso afecta as suas crianças é o melhor. Algumas destas “mães-advogadas” que conheci podem estar cara-a-cara com o melhor administrador de educação especial e encontrar um educação que seja completamente adequada à sua criança. E quando as mães de crianças com autismo não sabem o que fazer, sabem que outras mães as poderão ajudar a encontrar uma solução.
Educadas. Persistentes. Inteligentes. As mães de crianças com autismo não têm a lúxuria de ser nada menos que isso. E, continuo a maravilhar-me com estas mães, que fazem tudo para ajudarem as suas crianças.
4. Nunca Tomamos nada como Garantido
A capacidade de comunicar, andar de bicicleta, dançar, comer o que se quer ou ter uma amizade. São tudo marcos e actividades que muitos pais têm como garantido. Ainda assim, pais de crianças com autismo não têm esse privilégio. Talvez a criança ande de bicicleta sozinha, ou talvez não. Com intervenção poderá aprender a criar e manter uma amizade. Ou talvez a criança não tenha amigos e nós vamos lutar para ajudar a nossas criança em relação à capacidades sociais e amizades. Qualquer que seja o marco, pequeno ou minimo, as mães não tomam as pequenas coisas como garantidas.
Durante a vida das nossas crianças, os marcos alcançados tornam-se milagres a celebrar e não apenas registos na lista do médico. As mães de crianças com autismo levam um dia de cada vez e emocionam-se com coisas que para os outros parecem fáceis de alcançar. Eu lembro-me de dizer à minha própria mãe, “Eu gostava que ele dissesse ‘mamã’”. Tão básica a necessidade de comunicar, mas às vezes tão remota que só conseguimos ver um pouquinho dela. E agora que o meu filho consegue dizer “mamã” várias vezes ao dia, eu sei o quão abençoado o meu filho é por ser capaz de fazer que todos os dias as pessoas vêem como garantido.
Apreciação. Gratidão. Agradecimento. Na verdade nenhuma destas palavras consegue expressar o sentimento de alegria que sentimos quando os nossos filhos atingem os seus objectivos. E, talvez, isso seja a razão pela qual as mães de crianças com autismo não precisam que lhes digam para abrandarem e apreciarem as coisas. Elas vivem o autismo e nunca esquecem que não podem ter as coisas como garantidas, elas aprendem lições diárias com os seus filhos.
5. Não temos barreiras no que toca ao Amor
As mães de crianças com autismo amam as suas crianças além das palavras. Ouvirão várias vezes mães dizerem que ainda que não gostem do autismo, amam as suas crianças. E é verdade. Não importa os comportamentos ou dificuldades, estas mulheres expressam abertamente o seu amor profundo de serem mães e o quanto amam a sua criança com autismo.
As mães de crianças autistas muitas vezes passam por grandes sacrificios emocionais e financeiros para poderem ajudar os seus filhos a fazerem progressos. Sabemos que não há muito espaço para erros. As nossas crianças estão já a começar em desvantagem, por isso muitas vezes sentimos uma necessidade esmagadora de conseguir fazer tudo bem à primeira tentativa.
As mães de crianças autistas sabem aceitar as suas crianças por aquilo que elas são sem nunca parar de ajudá-las a atingir os seus objectivos. O amor é verdadeiramente paciente e carinhoso e não há barreiras ou condições.

Amor é...criar uma criança com autismo.

Mães com uma Causa
O mais engraçado em relação a este artigo é que foi feito especialmente para o dia da Mãe. Mas tipicamente, o mês de Maio é recheado com o fim das actividades anuais dos meu filhos... então não consegui fazê-lo a tempo. E enquanto este tributo às mães de crianças autistas está uns meses atrasado, estas mães deveriam saber o quão especial são durante todo o ano.
Muitas mães de crianças autistas enfrentam desafios todos os meses com graça e apoiam-se umas às outras de um forma que eu nunca tinha visto. Quando uma de nós cai, como às vezes acontece, estas mulheres estão aí para pegar em cada uma de nós, abanar-nos e colocar-nos de novo no nosso caminho. Não há forma de descrever esta irmandade de autismo, mas sinto que nós estamos todas mudadas pelo diagnóstico. Estamos melhor? Talvez sim, talvez não... dependendo do dia ou da pessoa com quem falamos. Às vezes somos fortes. Às vezes quebramos. Somos lutadoras e protectoras das nossas famílias e crianças.

Resumindo, as mães de crianças com autismo inspiram-me a ser uma pessoa melhor… a tentar fazer do mundo um lugar melhor para as nossas crianças. A continuar a lutar. A ultrapassar mais um dia, mês, ano. Sempre que me sinto um pouco triste, facilmente encontro outra mãe a criar uma criança autista que me consegue mostrar a “força”. Ela consegue mostrar-me o caminho para me ajudar a travar mais uma batalha. Ela consegue levantar o meu espírito e mostrar-me a compreensão que apenas uma mãe de uma criança autista consegue. Sim, elas são, de facto, fantásticas!

*Setembro pode ser um mês dificil para pais de crianças que têm autismo e estão a começar a escola... Então, se conhece uma mãe de criança autista com a qual se preocupa, passe-lhe este artigo para relembrá-la do quanto ela é especial! Não precisa de ser Maio para celebrar o facto ser ser Mãe. J

Escrito por Kymberly Grosso em Autism in Real Life
Traduzido de: http://www.psychologytoday.com/blog/autism-in-real-life/201108/5-reasons-why-autism-moms-rock

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

As férias de Natal e as crianças especiais


Ah, as férias de Natal! Refeições especiais. Encontros familiares especiais. E, claro, nossas crianças especiais! Muitas vezes, entramos nas férias, esperando o melhor - mas não dedicamos o tempo suficiente antes para nos certificarmos que este tempo de celebração realmente será uma celebração para nós e para nossos filhos "especiais". Muitos de nós, parecem participantes inconscientes em pelo menos, uma destas situações que normalmente ocorrem durante a época festiva .

A maioria fica em sobressalto quando o nosso filho especial está a ter colapsos a mais. Quando os membros da família parecem desconfortáveis ou perdidos. Ou quando nós, nos sentimos stressados ou esgotados.

Podemos culpar a agitação das férias, mas, na realidade, não são as férias que causam esta dificuldade, são as armadilhas em que inequivocamente acabamos por cair.E esta é uma grande notícia, porque significa, que os nossos desafios são evitáveis!

Repare agora nos 10 mais frequentes razões pelas quais entramos em stress durante as férias e veja como evita-las. Estará agradecendo-se a partir de agora até o Ano Novo!

1.Parar as estereotipias do seu filho ("ismos")
Dada a mudança de rotina nas férias, este é o momento mais importante para que os nossos filhos tenham permissão para auto-regular e lidar com o ambiente. Sabemos que os ismos são de extrema importancia para os nossos filhos e para o seu sistema nervoso. O ideal, obviamente, seria podermos juntar-nos aos ismos dos nossos filhos. Mas, mesmo durante as férias, quando não somos capazes de nos juntar aos seus comportamentos repetitivos, podemos deixar os nossos filhos faze-lo livremente. E quando fazemos isso, todos ganham!

2.Alimentação do seu filho!
Sim, são as férias de Natal. Doçarias,todo tipo de comida cheia de gluten e caseina, alimentos em abundância. Pode ser tentador permitir que nossos filhos participem neste festim de comidas. Poderíamos pensar que será mais fácil deixar que eles comam apenas desta vez. Deixem-me assegurar-vos: não vai ser mais fácil! Há uma série de alimentos que sabemos que não vão ser devidamente processados pelas nossas crianças. Sim, nos primeiros minutos parece que, se permitirmos que comam de tudo, será mais fácil. Mas poucos minutos depois ... vemos que não é assim!! As crises, o excesso de comida que comem, os comportamentos desafiadores as diarreias ou obstipação com que ficarão depois, não valerá a pena. Decidir por antecipação, manter estes alimentos longe de nossos filhos ou - melhor ainda - não tê-los de todo fará a experiência das férias, um milhão de vezes mais fácil.

3.Surpreender o seu filho
Às vezes, podemos estar tão ocupados a planear e a preparar um passeio (por exemplo, ida a casa da avô) ou uma actividade (por exemplo, fazer a árvore de Natal) que nos esquecemos de avisar um participante crucial: nosso filho especial. Embora a nossa intenção seja de não surpreender o nosso filho, isto é muitas vezes o que acontece quando vamos para um passeio ou iniciamos uma actividade pois não explicamos tudo o que vai acontecer com a devida antecedência. Mesmo para os nossos filhos não-verbais, explicar com antecedência o que vai acontecer e que vai ser divertido para eles, minimizará muitos acessos de raiva e maximizará a cooperação.

4.Dar alternativas
É muito comum festejarmos esta época festiva em casa de familiares. Por norma, esperamos que tudo corra da melhor forma, e pensamos que infelizmente não temos muito controle sobre o assunto, que apenas dependerá da predisposição do nosso filho. Mas a verdade é que, NÓS temos o controlo! Mas o que fazemos! Podemos designar, com antecedência, uma sala calma ou espaço onde o nosso filho pode ir descomprimir e acalmar, pois nestas alturas o excesso de estimulos sensoriais existentes é sobre-estimulante para eles. De vez em quando, pode realmente ajudar levarmos o nosso filho para esta sala e passar algum tempo com ele/ela.

5.Focar em parar comportamentos desafiadores
Por norma, e maioritariamente, reagimos mal quando os nossos filhos se comportam de uma maneira desafiadora. Preocupamo-nos com isso, olhamos para ele, e tentamos impedi-lo assim que acontece. Ironicamente, isso coloca todo o foco sobre o que NÃO queremos dos nossos filhos. Se não queremos que nossos filhos batam, por exemplo, com foco em "não bater" pode realmente originar mais bater. Em vez disso, podemos celebrar cada vez que as nossas crianças façam algo que nós queremos. Se temos uma criança que às vezes bate, pode fazer uma enorme diferença procurar activamente qualquer momento em que o nosso filho é carinhoso e meigo -e festejar loucamente!

6.Dar um presente muito estimulante
Claro, temos muito prazer no momento de dar presentes aos nossos filhos. Mas quando se trata das nossas crianças especiais, queremos ser especialmente conscientes relativamente ao tipo de presente que vamos dar. Se damos um presente com luzes a piscar e que emite um sinal sonoro alto, estamos " a pedir" um comportamento desafiador mais tarde. Devemos perder algum tempo e avaliar com sinceridade se o presente que estamos a pensar dar não terá estimulos a mais que contribuirão para um excesso de estimulação dos nossos filhos que são já tão sensíveis a nivel sensoriais.

7.Deixando nossas crianças fora do processo de Dar
Nós pensamos sempre no nosso filho especial ao comprar presentes. Mas pensamos na nossa criança especial como um doador potencial de presentes? Pensar noutras pessoas - o que eles querem, o que poderíamos fazer por eles - é um elemento essencial da socialização que queremos que nossos filhos aprendam. As férias natalicias proporcionam a oportunidade perfeita para isso! Podemos, com antecedência, estar com o nosso filho especial e ajudá-lo a criar algo para uma ou mais das pessoas especiais na sua vida. (Estes presentes e atividades podem variar de muito simples a mais complexas, dependendo do nível de desenvolvimento do nosso filho.) Então, no dia de dar presentes, podemos convidar nossa criança especial para entregar (o melhor que ele ou ela pode) todos os presentes que ele ou ela fez.

8.Esperar que a sua família "entenda"
Muitos de nós, às vezes, sentimo-nos frustrados com alguns membros da nossa família por não serem mais compreensivos e sensíveis quando se trata do nosso filho especial. Mas, lembre-se, se os membros da nossa família não vivem com o nosso filho, eles não vão "entender". Ao levarmos as nossas crianças especiais a casa de familiares para as comemorações natalicias ou para uma visita, podemos, antes de ir, enviar e-mails a explicar o que eles podem fazer para tornar a visita mais agradável para nós e nossos filhos. Podemos aproveitar esta oportunidade para explicar porque é que súbitos ruídos altos podem ser problemáticos, ou dizer a todos a resposta a nossa criança gosta de ouvir quando ele ou ela faz a mesma pergunta repetidamente. Desta forma, podemos preparar tudo a favor do nosso filho.

9.Pensar que as atividades precisam acontecer fora de sua casa
Sabemos que as crianças do espectro do autismo fazem sempre melhor quando não estão sobre-estimulados por as muitas atracções, sons, cheiros e eventos imprevisíveis do mundo exterior. Assim, podemos criar experiências nas nossas casas que normalmente acontecem no exterior. Por exemplo, em vez de ir a um desfile de natal com um festival de luzes, podemos colocar luzes de Natal à volta da casa, desligar todas as luzes, e por a tocar música de Natal num volume que o seu filho suporte. Muitos preocupam-se com o facto de estarem a privar estas crianças de experiencias Natalicias divertidas, mas tenha em atenção que, de qualquer forma, quando os nossos filhos não conseguem digerir a experiência, eles não estão a ter a experiência divertida que queremos para eles. É por isso que, se nós podermos criar uma versão de fácil digestão da actividade dentro de casa, as nossas crianças podem realmente desfrutar da experiência. Assim, na verdade estamos a dar aos nossos filhos mais,e não menos

10.Ver o embrulho em vez do presente
Muitas vezes, ficamos presos nos acessórios das festas - a árvore, os presentes, os passeios que tem que ser feitos exatamente como planeado. Não há problema em arranjar coisas divertidas, mas lembre-se que estes são apenas enfeites. Eles não são o presente, eles são apenas o embrulho. O presente é nosso filho especial. O presente é a partilha calorosa com as pessoas que amamos. Em vez de usar as férias como um festival de planeamento, podemos usá-lo para ver a beleza na singularidade do nosso filho, para celebrar o que a nossa criança pode fazer, e sentir e incentivar a compaixão pela forma diferente com que a nossa criança vivencia o mundo.

Raun Kaufman
Son Rise Program

A todos um Bom Natal!