quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Ah! As birras.
Os pais das crianças com autismo geralmente são responsabilizados pelos “ataques de birra” de seus filhos. As pessoas não entendem as reações das crianças e culpam os pais por não “darem limites” a seus filhos.
Como estamos acostumados a manter o controle nos ambientes que freqüentamos, ninguém imagina como o cérebro de uma criança pode entrar em “sobrecarga” (palavra muito usada pelos próprios autistas para descreverem o que sentem). Elas freqüentemente não conseguem filtrar os estímulos que as cercam (auditivos, visuais e táteis) e sentem como se todos os atingissem ao mesmo tempo, com a mesma intensidade.
Para nós, a adaptação e a “filtragem” dos estímulos é automática. Escolhemos aquele estímulo que mais nos interessa numa situação (a voz de uma pessoa, por exemplo) e, automaticamente, os outros ficam em segundo plano. No autismo não é assim. A criança não consegue fazer isso automaticamente. O seu cérebro fica confuso devido a entrada de vários estímulos ao mesmo tempo e ocorre a sobrecarga.
Muitos dos problemas de comportamento apresentados por essas crianças, deve-se a um colapso no controle dessa filtragem de estímulos. Portanto, quando seu filho tiver uma “crise de birra”, primeiramente observe:
1 - Avalie a situação em que ocorre o problema de comportamento. Lembre-se dos diversos estímulos (excesso de luzes, sons, vozes, multidão, toque, mudanças na rotina, imprevistos, situações novas ou desagradáveis, etc) que “sobrecarregam” os sistemas sensoriais da criança com autismo.
2 – Quando as crianças têm um sorriso no rosto, podem cooperar e prestar atenção. Mas quando estão cansados, confusos, frustrados, ansiosos, podem entrar em devastadora “sobrecarga de sensações”.
3 – A maioria das crianças “sinaliza” sua ansiedade de alguma forma. Talvez se torna agitada e, neste caso, essa agitação deve ser interpretada como comunicação : “Salve-me antes que eu perca o controle”.
4 – A dificuldade em comunicar algo ou pedir ajuda pode levar a um estado de frustração.
5 – Eles não gostam de perder o controle. Essas reações não são planejadas, são reações, isto é, a criança reage a algo que a incomoda ao extremo. Ao extremo dela perder o controle!
6 – Quem mais sofre nestas situações é a própria criança. Para ela, é difícil “voltar” depois que ultrapassou o próprio limite de “sobrecarga”.
7 – Você pode ajudar a criança a “voltar”.
PARA EVITAR QUE AS CRISES DE BIRRA OCORRAM, LEMBRE-SE :
A – A criança com autismo pode não generalizar uma regra. Talvez ela se comporte em casa mas não na escola, ou ao contrário. Pode aprender a se comportar numa situação, num determinado ambiente, mas para se comportar num outro ambiente, vai ter que aprender
novamente. Cada vez é a primeira vez. É preciso sempre lembrá-la de como deve se comportar.
B – Quando a criança fica sem ter o que fazer, podem ocorrer os movimentos de auto-estimulação ( que também os ajudam a lidar com uma situação nova ). Nestas ocasiões você pode oferecer a ela algo que seja mais interessante. Mas a família deve procurar preencher o tempo da criança de maneira sistemática ( usar figuras sobre a rotina diária pode ajudar).
C – Situações novas ou inesperadas também causam ansiedade. . Prepare sempre o seu filho para o que vai acontecer. Ele vai ficar mais calmo. Se você usar figuras, vai ser mais fácil ele entender, principalmente se ele perceber que depois de uma situação difícil (ida ao médico ou a o dentista, por exemplo), ele vai poder descansar ou fazer algo que gosta.
D – Criticar , provocar, insistir que uma recusa da criança é “bobagem”, é contra-produtivo e piora as coisas. Respeite os limites do seu filho. Lembre-se de que você pode estar forçando limites de tolerância sensoriais ou emocionais. Ele pode, sim, se acostumar a algumas situações que a princípio são difíceis para ele, mas para isso precisará de tempo e paciência.
CASO AS CRISES OCORRAM :
Seu filho não sabe o que fazer para “voltar” (lembra-se que ele perdeu o controle?) nem o que fazer para se corrigir.
Ele precisa que você não perca o controle!
Ajude-o falando baixo, com voz suave e calma, repetindo uma palavra que ele entenda, cantarolando uma música que ele goste, ou descrevendo seu lugar predileto.
Se ele estiver, por exemplo, batendo a cabeça contra a parede, diga “parado” e repita várias vezes com voz tranqüila, ajudando-o , gentilmente, a parar o movimento (apenas se ele é uma criança que aceita bem ser tocado). Se ele estiver gritando, diga “calado” ou “feche a boca”. Se estiver batendo em alguém ou nele mesmo, você pode dizer “mãos prá baixo”.
Você ainda pode ajudar falando das coisas que ele gosta de fazer, por exemplo, “balanço” ou “praia” . Músicas também ajudam. Mas não esqueça de falar devagar, baixo e manter sua tranqüilidade. Com o tempo, você vai ver que ele vai fazer isso sozinho.
Outra opção é dar a ele um ritmo. Se ele às vezes usa um movimento repetitivo qualquer para se acalmar, você pode tentar tocar levemente em seu ombro, em toques repetitivos e ritmados. O ritmo conhecido é seguro e calmante.
Lembre-se que o seu filho não entende porquê você fica “zangado” e, se for tratado com agressividade, REFLETIRÁ (como num espelho) essa atitude. Ele percebe melhor as emoções do que as palavras ou ações dos outros. Quanto mais você “zangar’ com ele, mais seu comportamento se tornará difícil. Portanto, é importante amá-lo quando falar com ele.
Finalmente : As crianças com autismo são antes de tudo ... crianças! E haverá momentos em que estarão tendo comportamentos característicos da idade ou do seu temperamento. Nestes momentos o “velho” castigo funciona bem, desde que a criança entenda o que está acontecendo. Se não, será inútil. Cabe então aos pais analisarem cada situação (em caso de dúvida, volte ao ítem 1).
As palavras que mudam a sua vida… “O seu filho tem autismo
As palavras que mudam a sua vida… “O seu filho tem autismo”. Elas ligam mães de uma forma que outras pessoas não conseguem entender. Devido ao facto do autismo atravessar todas as fronteiras sociais, económicas e culturais, as mães de crianças autistas vêm de todos os paises do mundo e de todos os percursos de vida. Conheci mães no Facebook, em reuniões de apoio ao autismo e na escola. Algumas são conhecidas, e outras sinto-me honrada de lhes chamar grandes amigas. Sou atingida pelo amor que elas têm pelos seus filhos e famílias, e sou continuamente inspirada por elas.
Desde organizarem grupos de apoio a advogar em nome das nossas crianças, estas mulheres são apaixonadas, destimidas e uma força a ser reconhecida. Quando olho para mães de crianças autistas eu sei, é fácil ver semelhanças, apesar das suas várias diferenças. Então minhas Companheiras Mães de Crianças Autistas, aqui fica o meu top 5 de razões pelas quais somos fantásticas:
1.Temos garra
Na vida, não existe mulher mais forte do que aquela que aparece para proteger a sua criança. Seja cuidados de saúde ou educação, as mães de crianças autistas são super conscientes daquilo que está a acontecer com a sua criança, seja bom ou mau. Elas são apaixonadas por ajudarem as suas crianças e por se apoiarem umas às outras. Estas “mães guerreiras”, como muitas foram chamadas, lutam por serviços, pelos direitos das suas crianças receberem uma educação adequada e terem a liberdade de tomarem decisões de saúde para as suas famílias. Elas procuram factos, a verdade e desafiam regularmente o status quo
Sentem-se numa mesa com mães de crianças autistas, e vão ouvi-las contar histórias de guerra. Nós podemos entrar em batalhas sozinhas, mas sabemos que há uma mãe algures que passou pelo mesmo e nos pode ajudar e apoiar. Através das suas vozes e conversas, vão ouvir a devoção imparavável para com as suas crianças e famílias. Estas mamãs com garra não aceitarão nem devem aceitar nada de ânimo leve no que toca ao bem-estar das suas crianças.
Então, quer concorde ou discorde sobre um tema particular com uma mãe de uma criança autista, eu dou-lhe o meu respeito. Ela trava as suas próprias batalhas. Ela vive a sua vida. Ela protege as suas crianças e a sua família. Chamem-lhe força. Chamem-lhe o que quiserem. Mas nunca substimen uma mãe de uma criança com autismo. Nós nunca deixamos as nossas crianças desprotegidas.
2. Temos força dentro de nós
Enquanto as mães de crianças autistas se focam, muitas vezes, em como o autismo mudou as suas vidas, reconhecemos rapidamente a força que este caminho nos deu. Dito isto, não sei se concordo com a seguinte frase, “ O que não nos mata torna-nos mais fortes”. Sim, às vezes, o autismo torna as mães em pessoas mais fortes. Mas também pode fazer uma mãe sentir-se muito em baixo. O autismo tem uma forma de endurecer até as mães mais macias . Nós vivemos uma vida cheia de stress, muitas vezes num estado de “fugir ou lutar”. Mas, independentemente das emoções com que têm de lidar, as mães de crianças autistas aprendem a fazê-lo juntas e a tornarem-se mais fortes, porque isso é o que a criança precisa que nós sejamos.
As mães de crianças autistas sabem que haverão muitas batalhas pelo caminho... com escolas, médicos, companhias de seguros, o governo, a intolerância, etc. Nunca sabemos quem poderá, directa ou indirectamente, atacar a nossa criança ou tentar magoá-la. Como soldado de batalha cansado lançamos as nossas barreiras emocionais para nos protegermos da dor. Nós usamos o nosso escudo sem nunca saber que inimigo pode atacar amanhã. E mesmo quando ganhamos uma pequena batalha, tal como ter uma reunião fantástica, nós sabemos que a guerra não acabou. Então aproveitamos o nosso tempo com as nossas familias e amigos, mas as guardas que nós construímos à nossa volta nunca recuam verdadeiramente. Porque sabemos que, a qualquer momento, o sapato pode cair de novo e estamos de volta à batalha, mais uma vez. É por isto que as mães de crianças autistas são muitas vezes, das mulheres mais fortes que conheço.
3. Somos Super Inteligentes
Uma vez que recebem o diagnóstico, cedo reparam que têm de ser gestoras, doutoras, advogadas e professoras, tudo numa só. Posso estar a exagerar um pouco, mas há alguma verdade na minha frase. As mães de crianças com autismo fazem muitas vezes a coordenação da equipa da criança e tomam decisões importantes diariamente.
Muitas mães são forçadas a aprender não apenas o que o autismo significa para a sua criança, mas também passam horas a ler as últimas investigações sobre o autismo. Se é suposto concordarmos com as recomendações físicas, devemos aprender sobre esses aspectos que que dizem respeito aos nossos filhos. Sentam-se num grupo de apoio a ouvir discussões sobre tratamentos biomédicos e intervenções, problemas de sono, problemas de motricidade fina, sensorial, curriculum de capacidades sociais, etc.
Quando a vossa criança entra no sistema escolar, as mães de crianças autistas tornam-se muito conscientes de precisam de começar a aprender sobre as leis que governam os sistemas educacionais. Se os pais querem assegurar que as suas crianças têm uma educação pública apropriada, aprender as bases da lei da educação especial e de como isso afecta as suas crianças é o melhor. Algumas destas “mães-advogadas” que conheci podem estar cara-a-cara com o melhor administrador de educação especial e encontrar um educação que seja completamente adequada à sua criança. E quando as mães de crianças com autismo não sabem o que fazer, sabem que outras mães as poderão ajudar a encontrar uma solução.
Educadas. Persistentes. Inteligentes. As mães de crianças com autismo não têm a lúxuria de ser nada menos que isso. E, continuo a maravilhar-me com estas mães, que fazem tudo para ajudarem as suas crianças.
4. Nunca Tomamos nada como Garantido
A capacidade de comunicar, andar de bicicleta, dançar, comer o que se quer ou ter uma amizade. São tudo marcos e actividades que muitos pais têm como garantido. Ainda assim, pais de crianças com autismo não têm esse privilégio. Talvez a criança ande de bicicleta sozinha, ou talvez não. Com intervenção poderá aprender a criar e manter uma amizade. Ou talvez a criança não tenha amigos e nós vamos lutar para ajudar a nossas criança em relação à capacidades sociais e amizades. Qualquer que seja o marco, pequeno ou minimo, as mães não tomam as pequenas coisas como garantidas.
Durante a vida das nossas crianças, os marcos alcançados tornam-se milagres a celebrar e não apenas registos na lista do médico. As mães de crianças com autismo levam um dia de cada vez e emocionam-se com coisas que para os outros parecem fáceis de alcançar. Eu lembro-me de dizer à minha própria mãe, “Eu gostava que ele dissesse ‘mamã’”. Tão básica a necessidade de comunicar, mas às vezes tão remota que só conseguimos ver um pouquinho dela. E agora que o meu filho consegue dizer “mamã” várias vezes ao dia, eu sei o quão abençoado o meu filho é por ser capaz de fazer que todos os dias as pessoas vêem como garantido.
Apreciação. Gratidão. Agradecimento. Na verdade nenhuma destas palavras consegue expressar o sentimento de alegria que sentimos quando os nossos filhos atingem os seus objectivos. E, talvez, isso seja a razão pela qual as mães de crianças com autismo não precisam que lhes digam para abrandarem e apreciarem as coisas. Elas vivem o autismo e nunca esquecem que não podem ter as coisas como garantidas, elas aprendem lições diárias com os seus filhos.
5. Não temos barreiras no que toca ao Amor
As mães de crianças com autismo amam as suas crianças além das palavras. Ouvirão várias vezes mães dizerem que ainda que não gostem do autismo, amam as suas crianças. E é verdade. Não importa os comportamentos ou dificuldades, estas mulheres expressam abertamente o seu amor profundo de serem mães e o quanto amam a sua criança com autismo.
As mães de crianças autistas muitas vezes passam por grandes sacrificios emocionais e financeiros para poderem ajudar os seus filhos a fazerem progressos. Sabemos que não há muito espaço para erros. As nossas crianças estão já a começar em desvantagem, por isso muitas vezes sentimos uma necessidade esmagadora de conseguir fazer tudo bem à primeira tentativa.
As mães de crianças autistas sabem aceitar as suas crianças por aquilo que elas são sem nunca parar de ajudá-las a atingir os seus objectivos. O amor é verdadeiramente paciente e carinhoso e não há barreiras ou condições.
Amor é...criar uma criança com autismo.
Mães com uma Causa
O mais engraçado em relação a este artigo é que foi feito especialmente para o dia da Mãe. Mas tipicamente, o mês de Maio é recheado com o fim das actividades anuais dos meu filhos... então não consegui fazê-lo a tempo. E enquanto este tributo às mães de crianças autistas está uns meses atrasado, estas mães deveriam saber o quão especial são durante todo o ano.
Muitas mães de crianças autistas enfrentam desafios todos os meses com graça e apoiam-se umas às outras de um forma que eu nunca tinha visto. Quando uma de nós cai, como às vezes acontece, estas mulheres estão aí para pegar em cada uma de nós, abanar-nos e colocar-nos de novo no nosso caminho. Não há forma de descrever esta irmandade de autismo, mas sinto que nós estamos todas mudadas pelo diagnóstico. Estamos melhor? Talvez sim, talvez não... dependendo do dia ou da pessoa com quem falamos. Às vezes somos fortes. Às vezes quebramos. Somos lutadoras e protectoras das nossas famílias e crianças.
Resumindo, as mães de crianças com autismo inspiram-me a ser uma pessoa melhor… a tentar fazer do mundo um lugar melhor para as nossas crianças. A continuar a lutar. A ultrapassar mais um dia, mês, ano. Sempre que me sinto um pouco triste, facilmente encontro outra mãe a criar uma criança autista que me consegue mostrar a “força”. Ela consegue mostrar-me o caminho para me ajudar a travar mais uma batalha. Ela consegue levantar o meu espírito e mostrar-me a compreensão que apenas uma mãe de uma criança autista consegue. Sim, elas são, de facto, fantásticas!
*Setembro pode ser um mês dificil para pais de crianças que têm autismo e estão a começar a escola... Então, se conhece uma mãe de criança autista com a qual se preocupa, passe-lhe este artigo para relembrá-la do quanto ela é especial! Não precisa de ser Maio para celebrar o facto ser ser Mãe. J
Escrito por Kymberly Grosso em Autism in Real Life
Traduzido de: http://www.psychologytoday.com/blog/autism-in-real-life/201108/5-reasons-why-autism-moms-rock
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
As férias de Natal e as crianças especiais
Ah, as férias de Natal! Refeições especiais. Encontros familiares especiais. E, claro, nossas crianças especiais! Muitas vezes, entramos nas férias, esperando o melhor - mas não dedicamos o tempo suficiente antes para nos certificarmos que este tempo de celebração realmente será uma celebração para nós e para nossos filhos "especiais". Muitos de nós, parecem participantes inconscientes em pelo menos, uma destas situações que normalmente ocorrem durante a época festiva .
A maioria fica em sobressalto quando o nosso filho especial está a ter colapsos a mais. Quando os membros da família parecem desconfortáveis ou perdidos. Ou quando nós, nos sentimos stressados ou esgotados.
Podemos culpar a agitação das férias, mas, na realidade, não são as férias que causam esta dificuldade, são as armadilhas em que inequivocamente acabamos por cair.E esta é uma grande notícia, porque significa, que os nossos desafios são evitáveis!
Repare agora nos 10 mais frequentes razões pelas quais entramos em stress durante as férias e veja como evita-las. Estará agradecendo-se a partir de agora até o Ano Novo!
1.Parar as estereotipias do seu filho ("ismos")
Dada a mudança de rotina nas férias, este é o momento mais importante para que os nossos filhos tenham permissão para auto-regular e lidar com o ambiente. Sabemos que os ismos são de extrema importancia para os nossos filhos e para o seu sistema nervoso. O ideal, obviamente, seria podermos juntar-nos aos ismos dos nossos filhos. Mas, mesmo durante as férias, quando não somos capazes de nos juntar aos seus comportamentos repetitivos, podemos deixar os nossos filhos faze-lo livremente. E quando fazemos isso, todos ganham!
2.Alimentação do seu filho!
Sim, são as férias de Natal. Doçarias,todo tipo de comida cheia de gluten e caseina, alimentos em abundância. Pode ser tentador permitir que nossos filhos participem neste festim de comidas. Poderíamos pensar que será mais fácil deixar que eles comam apenas desta vez. Deixem-me assegurar-vos: não vai ser mais fácil! Há uma série de alimentos que sabemos que não vão ser devidamente processados pelas nossas crianças. Sim, nos primeiros minutos parece que, se permitirmos que comam de tudo, será mais fácil. Mas poucos minutos depois ... vemos que não é assim!! As crises, o excesso de comida que comem, os comportamentos desafiadores as diarreias ou obstipação com que ficarão depois, não valerá a pena. Decidir por antecipação, manter estes alimentos longe de nossos filhos ou - melhor ainda - não tê-los de todo fará a experiência das férias, um milhão de vezes mais fácil.
3.Surpreender o seu filho
Às vezes, podemos estar tão ocupados a planear e a preparar um passeio (por exemplo, ida a casa da avô) ou uma actividade (por exemplo, fazer a árvore de Natal) que nos esquecemos de avisar um participante crucial: nosso filho especial. Embora a nossa intenção seja de não surpreender o nosso filho, isto é muitas vezes o que acontece quando vamos para um passeio ou iniciamos uma actividade pois não explicamos tudo o que vai acontecer com a devida antecedência. Mesmo para os nossos filhos não-verbais, explicar com antecedência o que vai acontecer e que vai ser divertido para eles, minimizará muitos acessos de raiva e maximizará a cooperação.
4.Dar alternativas
É muito comum festejarmos esta época festiva em casa de familiares. Por norma, esperamos que tudo corra da melhor forma, e pensamos que infelizmente não temos muito controle sobre o assunto, que apenas dependerá da predisposição do nosso filho. Mas a verdade é que, NÓS temos o controlo! Mas o que fazemos! Podemos designar, com antecedência, uma sala calma ou espaço onde o nosso filho pode ir descomprimir e acalmar, pois nestas alturas o excesso de estimulos sensoriais existentes é sobre-estimulante para eles. De vez em quando, pode realmente ajudar levarmos o nosso filho para esta sala e passar algum tempo com ele/ela.
5.Focar em parar comportamentos desafiadores
Por norma, e maioritariamente, reagimos mal quando os nossos filhos se comportam de uma maneira desafiadora. Preocupamo-nos com isso, olhamos para ele, e tentamos impedi-lo assim que acontece. Ironicamente, isso coloca todo o foco sobre o que NÃO queremos dos nossos filhos. Se não queremos que nossos filhos batam, por exemplo, com foco em "não bater" pode realmente originar mais bater. Em vez disso, podemos celebrar cada vez que as nossas crianças façam algo que nós queremos. Se temos uma criança que às vezes bate, pode fazer uma enorme diferença procurar activamente qualquer momento em que o nosso filho é carinhoso e meigo -e festejar loucamente!
6.Dar um presente muito estimulante
Claro, temos muito prazer no momento de dar presentes aos nossos filhos. Mas quando se trata das nossas crianças especiais, queremos ser especialmente conscientes relativamente ao tipo de presente que vamos dar. Se damos um presente com luzes a piscar e que emite um sinal sonoro alto, estamos " a pedir" um comportamento desafiador mais tarde. Devemos perder algum tempo e avaliar com sinceridade se o presente que estamos a pensar dar não terá estimulos a mais que contribuirão para um excesso de estimulação dos nossos filhos que são já tão sensíveis a nivel sensoriais.
7.Deixando nossas crianças fora do processo de Dar
Nós pensamos sempre no nosso filho especial ao comprar presentes. Mas pensamos na nossa criança especial como um doador potencial de presentes? Pensar noutras pessoas - o que eles querem, o que poderíamos fazer por eles - é um elemento essencial da socialização que queremos que nossos filhos aprendam. As férias natalicias proporcionam a oportunidade perfeita para isso! Podemos, com antecedência, estar com o nosso filho especial e ajudá-lo a criar algo para uma ou mais das pessoas especiais na sua vida. (Estes presentes e atividades podem variar de muito simples a mais complexas, dependendo do nível de desenvolvimento do nosso filho.) Então, no dia de dar presentes, podemos convidar nossa criança especial para entregar (o melhor que ele ou ela pode) todos os presentes que ele ou ela fez.
8.Esperar que a sua família "entenda"
Muitos de nós, às vezes, sentimo-nos frustrados com alguns membros da nossa família por não serem mais compreensivos e sensíveis quando se trata do nosso filho especial. Mas, lembre-se, se os membros da nossa família não vivem com o nosso filho, eles não vão "entender". Ao levarmos as nossas crianças especiais a casa de familiares para as comemorações natalicias ou para uma visita, podemos, antes de ir, enviar e-mails a explicar o que eles podem fazer para tornar a visita mais agradável para nós e nossos filhos. Podemos aproveitar esta oportunidade para explicar porque é que súbitos ruídos altos podem ser problemáticos, ou dizer a todos a resposta a nossa criança gosta de ouvir quando ele ou ela faz a mesma pergunta repetidamente. Desta forma, podemos preparar tudo a favor do nosso filho.
9.Pensar que as atividades precisam acontecer fora de sua casa
Sabemos que as crianças do espectro do autismo fazem sempre melhor quando não estão sobre-estimulados por as muitas atracções, sons, cheiros e eventos imprevisíveis do mundo exterior. Assim, podemos criar experiências nas nossas casas que normalmente acontecem no exterior. Por exemplo, em vez de ir a um desfile de natal com um festival de luzes, podemos colocar luzes de Natal à volta da casa, desligar todas as luzes, e por a tocar música de Natal num volume que o seu filho suporte. Muitos preocupam-se com o facto de estarem a privar estas crianças de experiencias Natalicias divertidas, mas tenha em atenção que, de qualquer forma, quando os nossos filhos não conseguem digerir a experiência, eles não estão a ter a experiência divertida que queremos para eles. É por isso que, se nós podermos criar uma versão de fácil digestão da actividade dentro de casa, as nossas crianças podem realmente desfrutar da experiência. Assim, na verdade estamos a dar aos nossos filhos mais,e não menos
10.Ver o embrulho em vez do presente
Muitas vezes, ficamos presos nos acessórios das festas - a árvore, os presentes, os passeios que tem que ser feitos exatamente como planeado. Não há problema em arranjar coisas divertidas, mas lembre-se que estes são apenas enfeites. Eles não são o presente, eles são apenas o embrulho. O presente é nosso filho especial. O presente é a partilha calorosa com as pessoas que amamos. Em vez de usar as férias como um festival de planeamento, podemos usá-lo para ver a beleza na singularidade do nosso filho, para celebrar o que a nossa criança pode fazer, e sentir e incentivar a compaixão pela forma diferente com que a nossa criança vivencia o mundo.
Raun Kaufman
Son Rise Program
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
iPad ajuda menino autista no processo de socialização
Um caso recente tem intrigado pesquisadores e demais membros da comunidade científica de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Uma criança de seis anos, portadora de autismo, passou a se comunicar com seus pais e colegas a partir do momento em que começou a usar um iPad para jogar e aprender conceitos como números e letras do alfabeto.
"O menino realizava trabalhos de cognição com uma aluna minha e não emitia resposta com nenhum dos métodos que utilizamos com outras crianças. A partir do momento em que ele teve contato com o iPad, sua comunicação melhorou consideravelmente, chegando ao ponto de pedir um aparelho similar aos pais para uso em casa", conclui Nize Maria Pellanda, doutora em Ciências da Educação e professora da Universidade de Santa Cruz do Sul.
Segundo a pesquisadora, não estão disponíveis muitas pesquisas sobre a recepção pelos autistas do ruído emitido por tablets, por isso ainda não é possível inferir muito sobre o assunto. "Há evidências de reação no processo cognitivo e até mesmo afetivo dos autistas com os tablets, mas muito pouco foi realmente pesquisado e documentado a respeito", completa Nize.
Tablets: revolução tecnológica na educação
Desde o surgimento do primeiro iPad, em 2010, até a expansão e massificação dos tablets uma revolução tecnológica passou a se desenhar no mundo, influenciando, entre outras áreas, a educação. Em sala de aula, aparelhos como esses, que permitem acesso à internet e dispensam a impressão de livros e cadernos, possibilitam uma atualização constante do material de estudo e aumentam a interatividade entre professores e alunos.
No início de setembro, o ministro da Educação Fernando Haddad anunciou para 2012 a compra de tablets para a utilização em instituições de ensino da rede pública. Ainda não foram divulgados mais detalhes acerca da quantidade, modelo do aparelho e instituições beneficiadas. Por enquanto, a novidade está restrita a poucas instituições privadas, caso das universidades Estácio de Sá (RJ) e UniSeb, de ensino à distância.
Pioneiro no uso de tablets, o Grupo Integral, de Campinas (SP), adota desde o ano passado o gadget no dia a dia dos seus estudantes. Quando o aluno se matricula no Ensino Médio, recebe um iPad, que fica em sua posse até o término do ano, quando é devolvido à escola. Segundo o diretor de uma das unidades do grupo, Ricardo Falco, o feedback positivo veio naturalmente. "O que percebemos nesse ano de trabalho é que os alunos sentem-se mais estimulados à leitura com os aplicativos de jornais e revistas e do material didático no formato digital, além dos portais à sua disposição", resume.
Em países mais desenvolvidos, como nos Estados Unidos, essa mudança já é uma realidade. Em um artigo para o site americano de tecnologia Mashable Tech, Vineet Madan, vice-presidente da McGraw-Hill Higher Education, uma das maiores instituições de produção de material para escolas e universidades do mundo, defendeu a adoção de tablets em ambientes de ensino. "A leitura, por exemplo, se torna muito mais dinâmica para os alunos, integrando áudio, imagem e vídeo. E diversas soluções educacionais do mundo moderno passam pelo conceito de nuvem (modelo no qual as informações e arquivos ficam disponíveis em um cyberespaço), e os tablets estão totalmente alinhados com essa proposta", comenta.
Mas o assunto não traz apenas pontos positivos. Alguns educadores não são tão otimistas em relação aos potenciais benefícios que esses gadgets podem representar. Segundo o psicólogo e professor da Universidade Federal de São Carlos, Celso Goyos, toda a empolgação com o uso de tablets em sala de aula deveria ser redirecionada na qualificação do ensino, uma mudança que, segundo ele, não vai acontecer apenas com a distribuição desses novos aparelhos em sala de aula.
"Por falta de recursos eficazes em educação, diretamente relacionada à escassez de pesquisas que de fato focalizem no problema de ensino e aprendizagem, a sociedade brasileira olha esperançosa para as maravilhas tecnológicas à espera de um milagre também na área de educação", destaca Goyos. Ainda segundo ele, a psicologia experimental tem produzido enormes avanços nessa área ao longo dos últimos 30 anos, mas é uma contínua dificuldade fazer com que esses conhecimentos extrapolem os muros da academia e sejam incorporados em sala de aula.
"O menino realizava trabalhos de cognição com uma aluna minha e não emitia resposta com nenhum dos métodos que utilizamos com outras crianças. A partir do momento em que ele teve contato com o iPad, sua comunicação melhorou consideravelmente, chegando ao ponto de pedir um aparelho similar aos pais para uso em casa", conclui Nize Maria Pellanda, doutora em Ciências da Educação e professora da Universidade de Santa Cruz do Sul.
Segundo a pesquisadora, não estão disponíveis muitas pesquisas sobre a recepção pelos autistas do ruído emitido por tablets, por isso ainda não é possível inferir muito sobre o assunto. "Há evidências de reação no processo cognitivo e até mesmo afetivo dos autistas com os tablets, mas muito pouco foi realmente pesquisado e documentado a respeito", completa Nize.
Tablets: revolução tecnológica na educação
Desde o surgimento do primeiro iPad, em 2010, até a expansão e massificação dos tablets uma revolução tecnológica passou a se desenhar no mundo, influenciando, entre outras áreas, a educação. Em sala de aula, aparelhos como esses, que permitem acesso à internet e dispensam a impressão de livros e cadernos, possibilitam uma atualização constante do material de estudo e aumentam a interatividade entre professores e alunos.
No início de setembro, o ministro da Educação Fernando Haddad anunciou para 2012 a compra de tablets para a utilização em instituições de ensino da rede pública. Ainda não foram divulgados mais detalhes acerca da quantidade, modelo do aparelho e instituições beneficiadas. Por enquanto, a novidade está restrita a poucas instituições privadas, caso das universidades Estácio de Sá (RJ) e UniSeb, de ensino à distância.
Pioneiro no uso de tablets, o Grupo Integral, de Campinas (SP), adota desde o ano passado o gadget no dia a dia dos seus estudantes. Quando o aluno se matricula no Ensino Médio, recebe um iPad, que fica em sua posse até o término do ano, quando é devolvido à escola. Segundo o diretor de uma das unidades do grupo, Ricardo Falco, o feedback positivo veio naturalmente. "O que percebemos nesse ano de trabalho é que os alunos sentem-se mais estimulados à leitura com os aplicativos de jornais e revistas e do material didático no formato digital, além dos portais à sua disposição", resume.
Em países mais desenvolvidos, como nos Estados Unidos, essa mudança já é uma realidade. Em um artigo para o site americano de tecnologia Mashable Tech, Vineet Madan, vice-presidente da McGraw-Hill Higher Education, uma das maiores instituições de produção de material para escolas e universidades do mundo, defendeu a adoção de tablets em ambientes de ensino. "A leitura, por exemplo, se torna muito mais dinâmica para os alunos, integrando áudio, imagem e vídeo. E diversas soluções educacionais do mundo moderno passam pelo conceito de nuvem (modelo no qual as informações e arquivos ficam disponíveis em um cyberespaço), e os tablets estão totalmente alinhados com essa proposta", comenta.
Mas o assunto não traz apenas pontos positivos. Alguns educadores não são tão otimistas em relação aos potenciais benefícios que esses gadgets podem representar. Segundo o psicólogo e professor da Universidade Federal de São Carlos, Celso Goyos, toda a empolgação com o uso de tablets em sala de aula deveria ser redirecionada na qualificação do ensino, uma mudança que, segundo ele, não vai acontecer apenas com a distribuição desses novos aparelhos em sala de aula.
"Por falta de recursos eficazes em educação, diretamente relacionada à escassez de pesquisas que de fato focalizem no problema de ensino e aprendizagem, a sociedade brasileira olha esperançosa para as maravilhas tecnológicas à espera de um milagre também na área de educação", destaca Goyos. Ainda segundo ele, a psicologia experimental tem produzido enormes avanços nessa área ao longo dos últimos 30 anos, mas é uma contínua dificuldade fazer com que esses conhecimentos extrapolem os muros da academia e sejam incorporados em sala de aula.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Atenção Professor!
1. Comportamento é comunicação .Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem faze-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.
2. Nunca presuma nada. Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pego um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.
3. Procure primeiro por problemas sensoriais. Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.
5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa. “Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é:“ por favor lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
6. Tenha uma expectativa razoável. Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades. Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extra no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
8. Não torne pior uma situação ruim. Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos mas não as palavras.Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.Fazer acusações sem provas.Adotar uma medida diferente da dos outros.Comparar com um irmão ou outro alunoLembrar episódios prévios ou não relacionadosColocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.
9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
10. Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais. Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora?” ou “ você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o porque:▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque éperigoso. Você pode se machucar.▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio(teria um efeito negativo sobre outra criança).▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser aescolha do adulto.A última palavra: acredite. Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”.
11. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.
Professor!!! Nunca fale sobre a criança na frente dela, como se ela não estivesse ali. A percepção deles é diferente da nossa, e muitas vezes até além. Você gostaria que fizessem isso com você? Conheça a criança. Cada um tem seu tempo de entendimento. Ela sempre te surpreenderá. Pesquise!
2. Nunca presuma nada. Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pego um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.
3. Procure primeiro por problemas sensoriais. Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.
5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa. “Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é:“ por favor lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
6. Tenha uma expectativa razoável. Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades. Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extra no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
8. Não torne pior uma situação ruim. Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos mas não as palavras.Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.Fazer acusações sem provas.Adotar uma medida diferente da dos outros.Comparar com um irmão ou outro alunoLembrar episódios prévios ou não relacionadosColocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.
9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
10. Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais. Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora?” ou “ você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o porque:▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque éperigoso. Você pode se machucar.▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio(teria um efeito negativo sobre outra criança).▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser aescolha do adulto.A última palavra: acredite. Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”.
11. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.
Professor!!! Nunca fale sobre a criança na frente dela, como se ela não estivesse ali. A percepção deles é diferente da nossa, e muitas vezes até além. Você gostaria que fizessem isso com você? Conheça a criança. Cada um tem seu tempo de entendimento. Ela sempre te surpreenderá. Pesquise!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
O meu filho é diferente.... será autista?
As manifestações da doença são notadas quase sempre antes dos 3 anos, geralmente entre os 6 e os 20 meses de idade.
Desde os primeiros tempos de vida, a maioria das crianças são sociáveis e procuram ativamente o contacto com os outros: jogam ao "faz de conta", brincam com os seus pares, gostam de dar e receber mimos.
No entanto, em certos casos, os pais notam que o seu filho não interage com os outros desta forma. É o que acontece com a criança autista, na qual existe problemas em três domínios: socialização, comunicação e comportamento.
Leo Kanner descreveu esta patologia em 1943 e cerca de um ano mais tarde, um grupo de crianças com características semelhantes foi descrito por Asperger.
Em que idade aparece?
As manifestações da doença são notadas quase sempre antes dos 3 anos, geralmente entre os 6 e os 20 meses de idade. Tipicamente não existe um período de desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos.
É uma doença frequente?
Não. Segundo os estudos mais recentes, para uma população de 10 000 indivíduos há 10 pessoas com autismo. Transpondo para o nosso país, haverá cerca de 10 000 pessoas com esta doença. O autismo pode ocorrer em qualquer família, independentemente do seu grupo racial, étnico, socio-económico ou cultural. Sabe-se que é mais frequente no sexo masculino, numa proporção de 4 a 5 rapazes para 1 rapariga.
Quais as causas desta doença?
Foram propostas diversas teorias para tentar explicar o autismo. Trata-se de uma perturbação biológica, com forte componente genético; contudo, a sua etiologia é desconhecida, parecendo ser multifatorial. Nas décadas de 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interação da criança com os pais/família. Hoje sabe-se que esta ligação não tem qualquer fundamento. A partir dos anos 60, com investigações baseadas em estudos de casos de gémeos e doenças genéticas associadas ao autismo (X frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, entre outras), descobriu-se a existência de um fator genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Fatores pré-natais (como a rubéola materna) e durante o parto (prematuridade, baixo peso ao nascer, infeções graves neonatais) também parecem ter influência no aparecimento das perturbações do espetro do autismo.
Quais as manifestações a que os pais devem estar atentos?
O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade. Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente ou ter medo de objetos. Por vezes tem problemas de alimentação e de sono. Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar. Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objetos, mover a cabeça de um lado para o outro). Ao brincar não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Tem grande dificuldade de interagir com as outras crianças. Não utiliza os brinquedos na sua função própria: um carro pode servir como objeto de arremesso e uma boneca para desmanchar.
Que outras características têm estas crianças?
Partindo do que se denomina a tríade de perturbações do autismo, com manifestações nos já citados três domínios, podemos agrupar as características:
-Domínio social
Parecem viver no seu próprio mundo, desligadas, alheadas, desinteressadas e insensíveis aos outros. Grande dificuldade em interagir com outras crianças: partilhar, cooperar ou jogar à vez são para eles tarefas muito difíceis. Seres humanos, animais e objetos poderão ser tratados da mesma forma. Relativa incapacidade de partilha de alegrias ou procura de ajuda/conforto em situações de stress. -Domínio da comunicação
Evitam o contacto ocular e podem resistir ou mostrar desagrado ao serem pegados ou tocados. Têm perturbações da linguagem (tanto da compreensão como da expressão), por vezes mesmo uma ausência de linguagem que faz pensar em surdez. Se existe linguagem, o vocabulário é pobre. É frequente não usarem o eu e repetirem de modo estranho, como que em eco, o que acabaram de ouvir (ecolalia). Problemas na comunicação não-verbal: mantêm-se muito próximas ou muito afastadas dos interlocutores e olham para os lábios em vez de para os olhos durante a comunicação. Fazem um uso muito pobre da mímica facial ou dos gestos.
-Domínio do comportamento
Tendem a entregar-se a jogos e rotinas repetitivas, de forma isolada, como por exemplo fazer girar objetos. Têm com frequência, em particular em situações de angústia e excitação, movimentos repetitivos das mãos, dedos, etc. (por exemplo abanar as mãos como a imitar um passarinho).
Grande rigidez do pensamento e comportamento, por vezes com crises de auto e heteroagressividade face às mudanças das rotinas ou do meio que as rodeia ou quando são contrariadas. Ligações bizarras a certos objetos ou partes destes. Por vezes são extremamente sensíveis a cheiros, sabores e sensações tácteis. A hiperatividade é um problema comum. Em certos casos existem talentos especiais, por exemplo para o cálculo, a música ou o desenho.
Todas as crianças com autismo têm atraso mental?
O défice cognitivo (atraso mental) ocorre em 65-88% dos casos. Algumas destas crianças têm inteligência normal ou até superior, como pode acontecer na síndrome de Asperger.
Há tratamento para esta doença?
É muito importante que a criança seja orientada o mais precocemente possível para uma consulta de Pediatria de Desenvolvimento, onde, no caso de se concluir por este diagnóstico, se irá traçar um programa de intervenção específico. Este envolve vários tipos de terapia (psicológica, de linguagem, ocupacional) e estratégias educativas. O tratamento pode também envolver psicofármacos em situações de agressividade, autodestruição ou convulsões. É fundamental a participação ativa da família.
Qual a evolução destas situações?
O prognóstico do autismo tem vindo a melhorar. De acordo com estudos recentes, 5% a 10% destas crianças tornam-se adultos autónomos. É importante relembrar que nesta doença há uma ampla variedade, quer na qualidade quer na gravidade das manifestações da doença e que cada caso é único e tem que ser abordado de modo individualizado.
Gabriela Marques Pereira
Desde os primeiros tempos de vida, a maioria das crianças são sociáveis e procuram ativamente o contacto com os outros: jogam ao "faz de conta", brincam com os seus pares, gostam de dar e receber mimos.
No entanto, em certos casos, os pais notam que o seu filho não interage com os outros desta forma. É o que acontece com a criança autista, na qual existe problemas em três domínios: socialização, comunicação e comportamento.
Leo Kanner descreveu esta patologia em 1943 e cerca de um ano mais tarde, um grupo de crianças com características semelhantes foi descrito por Asperger.
Em que idade aparece?
As manifestações da doença são notadas quase sempre antes dos 3 anos, geralmente entre os 6 e os 20 meses de idade. Tipicamente não existe um período de desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos.
É uma doença frequente?
Não. Segundo os estudos mais recentes, para uma população de 10 000 indivíduos há 10 pessoas com autismo. Transpondo para o nosso país, haverá cerca de 10 000 pessoas com esta doença. O autismo pode ocorrer em qualquer família, independentemente do seu grupo racial, étnico, socio-económico ou cultural. Sabe-se que é mais frequente no sexo masculino, numa proporção de 4 a 5 rapazes para 1 rapariga.
Quais as causas desta doença?
Foram propostas diversas teorias para tentar explicar o autismo. Trata-se de uma perturbação biológica, com forte componente genético; contudo, a sua etiologia é desconhecida, parecendo ser multifatorial. Nas décadas de 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interação da criança com os pais/família. Hoje sabe-se que esta ligação não tem qualquer fundamento. A partir dos anos 60, com investigações baseadas em estudos de casos de gémeos e doenças genéticas associadas ao autismo (X frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, entre outras), descobriu-se a existência de um fator genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Fatores pré-natais (como a rubéola materna) e durante o parto (prematuridade, baixo peso ao nascer, infeções graves neonatais) também parecem ter influência no aparecimento das perturbações do espetro do autismo.
Quais as manifestações a que os pais devem estar atentos?
O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade. Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente ou ter medo de objetos. Por vezes tem problemas de alimentação e de sono. Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar. Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objetos, mover a cabeça de um lado para o outro). Ao brincar não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Tem grande dificuldade de interagir com as outras crianças. Não utiliza os brinquedos na sua função própria: um carro pode servir como objeto de arremesso e uma boneca para desmanchar.
Que outras características têm estas crianças?
Partindo do que se denomina a tríade de perturbações do autismo, com manifestações nos já citados três domínios, podemos agrupar as características:
-Domínio social
Parecem viver no seu próprio mundo, desligadas, alheadas, desinteressadas e insensíveis aos outros. Grande dificuldade em interagir com outras crianças: partilhar, cooperar ou jogar à vez são para eles tarefas muito difíceis. Seres humanos, animais e objetos poderão ser tratados da mesma forma. Relativa incapacidade de partilha de alegrias ou procura de ajuda/conforto em situações de stress. -Domínio da comunicação
Evitam o contacto ocular e podem resistir ou mostrar desagrado ao serem pegados ou tocados. Têm perturbações da linguagem (tanto da compreensão como da expressão), por vezes mesmo uma ausência de linguagem que faz pensar em surdez. Se existe linguagem, o vocabulário é pobre. É frequente não usarem o eu e repetirem de modo estranho, como que em eco, o que acabaram de ouvir (ecolalia). Problemas na comunicação não-verbal: mantêm-se muito próximas ou muito afastadas dos interlocutores e olham para os lábios em vez de para os olhos durante a comunicação. Fazem um uso muito pobre da mímica facial ou dos gestos.
-Domínio do comportamento
Tendem a entregar-se a jogos e rotinas repetitivas, de forma isolada, como por exemplo fazer girar objetos. Têm com frequência, em particular em situações de angústia e excitação, movimentos repetitivos das mãos, dedos, etc. (por exemplo abanar as mãos como a imitar um passarinho).
Grande rigidez do pensamento e comportamento, por vezes com crises de auto e heteroagressividade face às mudanças das rotinas ou do meio que as rodeia ou quando são contrariadas. Ligações bizarras a certos objetos ou partes destes. Por vezes são extremamente sensíveis a cheiros, sabores e sensações tácteis. A hiperatividade é um problema comum. Em certos casos existem talentos especiais, por exemplo para o cálculo, a música ou o desenho.
Todas as crianças com autismo têm atraso mental?
O défice cognitivo (atraso mental) ocorre em 65-88% dos casos. Algumas destas crianças têm inteligência normal ou até superior, como pode acontecer na síndrome de Asperger.
Há tratamento para esta doença?
É muito importante que a criança seja orientada o mais precocemente possível para uma consulta de Pediatria de Desenvolvimento, onde, no caso de se concluir por este diagnóstico, se irá traçar um programa de intervenção específico. Este envolve vários tipos de terapia (psicológica, de linguagem, ocupacional) e estratégias educativas. O tratamento pode também envolver psicofármacos em situações de agressividade, autodestruição ou convulsões. É fundamental a participação ativa da família.
Qual a evolução destas situações?
O prognóstico do autismo tem vindo a melhorar. De acordo com estudos recentes, 5% a 10% destas crianças tornam-se adultos autónomos. É importante relembrar que nesta doença há uma ampla variedade, quer na qualidade quer na gravidade das manifestações da doença e que cada caso é único e tem que ser abordado de modo individualizado.
Gabriela Marques Pereira
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Gabriel, meu filho
Este vídeo foi criado para contar um pouquinho de como Gabriel se comporta, quais são alguns de seus sintomas. Conta também sobre a melhora que está tendo e a esperança que jamais se deve perder, pois as chances de melhora são muitas. Se quiser contactar a mãe de Gabriel pode fazê-lo através de e-mail: danny_bolzan@hotmail.com e do blog : www.danielabolzan.blogspot.com
sábado, 1 de outubro de 2011
Encontro Vencer Autismo
Local | Aveiro Mercado Municipal Manuel Firmino | ||
---|---|---|---|
Criado por | |||
Local(Mercado Manuel Firmino em Aveiro dia 8/10/20011)
ENTRADA GRATUITA
Acções de solidariedade
Passeios de Moliceiro
Animação musical
Espaço infantil
Palhaços
Insuflável Gigante
Exposição de veículos de Bombeiros
Espaço de Massagens
Rastreios Psicológicos e de Terapia da Fala
Sessão de Riso terapia
Workshop de Origamis
Palestra sobre o método de interacção com autistas “Son-Rise"
Horário
(9:00h) Abertura
(9:00h - 13:00h)
-Participação solidária de corpo de Escuteiros e voluntários aos utentes do Mercado. (Ajuda no transporte de compras, interior e exterior do mercado)
(9:00h - 20:00h)
-Animação musical
-Animação de grupo de palhaços.
-Sítio dos Fresquinhos. (Compre, visite, etc... As suas crianças estarão seguras e alegres por ficar neste local).
-Insuflável Gigante para crianças.
-Massagens de Relaxamento. (Demonstrações individuais práticas)
-Rastreio Psicológico (Origens do Ser)
-Rastreio terapia da fala. (Origens do Ser)
-Passeios de Moliceiro. (Neste dia ao pagar a sua viagem já está a contribuir para a causa do evento)
-Exposições de veículos de bombeiros. (Bombeiros Novos)
- Divulgação de produtos dietéticos indicados ao consumo de autistas e toda a família. (Iberdieta)
-Tome café. (Ao tomar café já está a contribuir para a causa do evento, interior)
(14:00h) Sessão prática de Riso terapia. (Experimente este novo e eficaz método de combate ao stress)
(15:00h) Workshop de Origamis. (Óptimo para toda a família)
(16:30h) Mini-palestra sobre o método Son-Rise (Sobre interacção com crianças autistas).
Objectivos
O 1º VENCER AUTISMO é um evento apoiado pela Associação Vencer Autismo, sob a responsabilidade da associada Susana Carvalho. Realiza-se em Aveiro no Mercado Manuel Firmino desde as 9:00h até as 20:00h do dia 8 de Outubro de 2011.
Susana Carvalho é mãe de uma criança que sofre de autismo. É sócia da Associação Vencer Autismo. Tomou a iniciativa de realizar este evento sob a égide desta Associação.
O objectivo principal deste evento é a angariação de fundos para a realização de uma formação pessoal da Susana Carvalho acerca de como lidar com crianças autistas, desta forma ficam abertas as portas a que esta possa lidar da melhor forma com o próprio filho e por outro lado ajudar a divulgar este conhecimento por outras famílias com o mesmo problema.
Outros objectivos são:
-Divulgar a realidade do Autismo na comunidade distrital Aveirense.
-Intervir desde já em acções de base na lide com indivíduos autistas.
-Divulgação de actividades e formações recomendáveis a autistas e seus familiares.
-Servir de modelo de actividade, para futuras acções pessoais e do Âmbito da Associação Vencer Autismo.
-Recolher possíveis fundos adicionais para ajudar a Associação no seu âmbito da actividade.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Músico cego e autista estreia concerto em Londres
O concerto para piano foi escrito pelo compositor Matthew King para o inglês Derek Paravicini, que toca piano desde os cinco anos de idade. Apesar das dificuldades na sua vida provocadas pelas deficiências, ele tem um dom natural para a música.
Gershwin, o músico favorito de Derek. O compositor diz que a peça é uma espécie de versão musical da vida de Derek. Ela começa em um local escuro, com a música tentando entender o que acontece ao seu redor, e de repente um ritmo fascinante entra em cena.
Para aprender a tocar a música, Derek ouviu o concerto e reproduziu tudo no seu piano. Ele já foi até apelidado de o iPod humano, pois possui a capacidade de ouvir uma música apenas uma vez para aprender a tocá-la.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Revista diversidades Autismo
Revista Diversidades Autismo Uma Revista a não perder de vista. Recomendamos leitura atenta.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Círculos de comunicação
Este vídeo mostra uma criança de 22 meses com perturbações de Autismo. Nos primeiros minutos do vídeo vimos que a mãe faz algumas perguntas à criança mas que ela não responde, ela não abre ou fecha círculos de comunicação. O vídeo ilustra como o Dr. Greenspan treina a mãe, ajudando-a a entrar no mundo da criança, seguindo os seus interesses e ajudando-o no que ele quer. Durante esta sessão de floortime a criança começa a abrir e a fechar alguns circulos de comunicação, primeiro com gestos, depois com palavras- Para saber mais sobre Floortime visite estes dois sítios
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Centro para Autistas no Norte de Portugal
A Associação dos Amigos do Autismo vai arrancar até ao final do ano com as obras de construção de um centro de apoio a autistas em Viana do Castelo, o único construído de raiz em todo o País. A Câmara de Viana do Castelo já cedeu um terreno à associação e a obra deverá ficar avaliada em mais de 2,8 milhões de euros.
O centro irá dispor de todas as condições e vai prestar apoio a pelo menos 120 doentes portadores de autismo, não só de Viana do Castelo, mas também de Braga, Esposende e do Porto. Será ainda construída uma residência, onde poderão ficar, a tempo inteiro, 14 pessoas.
A associação irá candidatar--se a apoios comunitários, mas para já conta com os donativos de empresas e particulares.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Pais e Técnicos: Um Olhar Sobre o Autismo
Nos próximos dias 25 e 26 de Novembro de 2011 realiza-se em Lisboa um encontro que decorre da parceria entre a Associação de Saúde Mental Infanto-Juvenil e a Fundação Renascer, intitulado Pais e Técnicos: Um Olhar Sobre o Autismo. Irá reunir profissionais das áreas da saúde e educação, nacionais e estrangeiros, e famílias de pessoas com NEE, nomeadamente com Perturbação do Espectro do Autismo, com o objectivo de fazer uma reflexão conjunta.
Álvaro de Carvalho - Coordenador Nacional para a Saúde Mental
E ainda: Ana Eça de Queiroz, Domingas Lourenço, Leopoldo Leitão, Matilde Ramalho, Margarida Vieira, Maria Alexandra Barrosa, Maria José Viana de Almeida, Miguel Horta.
Comissão Organizadora
ASMIJ - Maria José Vidigal, Emílio Salgueiro, Manuel Matos, Ana Salgueiro, Miguel Moita
Fundação Renascer - Rita Alambre, Ema Evangelista, Vânia Duro
Inscrições e Informações
Anne Alvarez – Ph.D., M.A.C.P., Psicóloga clínica e psicanalista de origem canadiana, internacionalmente reconhecida pelo seu trabalho com crianças autistas, fez a sua formação psicanalítica na Clínica Tavistock, em Londres, onde vem há muitos anos trabalhando como psicoterapeuta de crianças, supervisora e responsável pelo Workshop sobre Autismo.
Oliver Bonnot – Ph.D., M.D., Centre Referent Maladie Rare a Expression Psychiatrique, Service de Psychiatrie de l'Enfant et de l'Adolescent, Groupe Hospitalier Pitié Salpétriêre.
Maria José Vidigal – Pedopsiquiatra e Psicanalista, exerceu a função de Chefe de Serviço do Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia.
Emílio Salgueiro – Pedopsiquiatra e psicanalista, com tese de doutoramento em Psiquiatria, apresentada na Faculdade de Medicina de Lisboa da Universidade Clássica, em 1992. É docente no Instituto Superior de Psicologia Aplicada e na Clínica Universitária de Pediatria do Hospital de Santa Maria.
Manuel Matos – Psicólogo e Psicanalista, Professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde apresentou Tese de Doutoramento em 1991.
Oliver Bonnot – Ph.D., M.D., Centre Referent Maladie Rare a Expression Psychiatrique, Service de Psychiatrie de l'Enfant et de l'Adolescent, Groupe Hospitalier Pitié Salpétriêre.
Maria José Vidigal – Pedopsiquiatra e Psicanalista, exerceu a função de Chefe de Serviço do Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia.
Emílio Salgueiro – Pedopsiquiatra e psicanalista, com tese de doutoramento em Psiquiatria, apresentada na Faculdade de Medicina de Lisboa da Universidade Clássica, em 1992. É docente no Instituto Superior de Psicologia Aplicada e na Clínica Universitária de Pediatria do Hospital de Santa Maria.
Manuel Matos – Psicólogo e Psicanalista, Professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde apresentou Tese de Doutoramento em 1991.
Álvaro de Carvalho - Coordenador Nacional para a Saúde Mental
E ainda: Ana Eça de Queiroz, Domingas Lourenço, Leopoldo Leitão, Matilde Ramalho, Margarida Vieira, Maria Alexandra Barrosa, Maria José Viana de Almeida, Miguel Horta.
Comissão Organizadora
ASMIJ - Maria José Vidigal, Emílio Salgueiro, Manuel Matos, Ana Salgueiro, Miguel Moita
Fundação Renascer - Rita Alambre, Ema Evangelista, Vânia Duro
Inscrições e Informações
Estão abertas as pré-inscrições através do email formacao@fundacaorenascer.pt
Inscrições a partir de 1 de Setembro de 2011.
Inscrições a partir de 1 de Setembro de 2011.
Até 14 Outubro 2011 - Estudantes: 40€ | Profissionais: 50€
Após 14 Outubro 2011- Estudantes: 50€ | Profissionais: 70€
PROGRAMA
Após 14 Outubro 2011- Estudantes: 50€ | Profissionais: 70€
PROGRAMA
25 de Novembro (6ª feira)
9h45 Sessão Inaugural
Álvaro Carvalho, Emílio Salgueiro, Manuel Matos, Maria José Vidigal, Rita Alambre
10h00 Conferência de Abertura
Presidente: Maria Teresa Guapo
Título: “Menino perdido no seu mundo…” - Maria José Vidigal
11h00 Pausa para café
11h30 Mesa Redonda: Ouvindo os Pais
Tema: Uma vida familiar para além das terapias
Moderador: Maria José Viana de Almeida
Participantes: Matilde Ramalho, Valério Romão, Ana Eça de Queiroz, Domingas Lourenço.
13h00 Pausa para almoço
15h00 Mesa Redonda: Ouvindo os Técnicos
Tema: O Trabalho Pedagógico Terapêutico
Moderador: Ana Isabel Salgueiro
Participantes: Miguel Horta e Margarida Vieira; Leopoldo Leitão, Maria Alexandra Barrosa
16h00 Pausa para café
16.30h Conferência
Presidente: Manuel de Matos
Título: Troubles du spectre autisitique et Schizophrenie a début precoces. Liens developementaux et nosographiques - Olivier Bonnot, M.D., Ph. D. (Paris)
18h00 Encerramento do dia
26 de Novembro (Sábado)
9h30 Conferência
Presidente: Emílio Salgueiro
Título: Adressing the element of deficit in children with Autism: Psychotherapy which is both psychoanalytically and developmentally informed - Anne Alvarez, PhD MACP (Londres)
11h00 Pausa para café
11h30 Mesa Redonda: Perguntas e Respostas
Participantes: Anne Alvarez, Olivier Bonnot, Maria José Vidigal, Manuel Matos, Emílio Salgueiro
13h Síntese Final e Sessão de Encerramento
Emílio Salgueiro, Manuel Matos, Maria José Vidigal, Rita Alambre
Subscrever:
Mensagens (Atom)