quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Terapia precoce pode ajudar a prevenir autismo


Três anos se passaram desde que Diego recebeu o diagnóstico de autismo, aos 2 anos de idade. Desde então, sua mãe Carmen Aguilar já fez incontáveis contribuições para as pesquisas sobre a síndrome. Ela doou todos os tipos de amostras biológicas e concordou em manter um diário de tudo o que come, inala ou esfrega na pele. Uma equipe de pesquisadores presenciou o nascimento de seu segundo filho, Emilio. A placenta, algumas amostras de tecido da mãe e as primeiras fezes do bebê foram colocados em um recipiente e entregues para serem analisados. Actualmente, a família participa de outro estudo: uma iniciativa de vários cientistas norte-americanos que buscam identificar sinais de autismo em crianças a partir dos 6 meses (até hoje, a síndrome não pode ser diagnosticada de forma confiável antes dos 2 anos de idade). No Instituto MIND , no Davis Medical Center da Universidade da Califórnia, os cientistas estão observando bebés como Emilio em um esforço pioneiro para determinar se eles podem se beneficiar de tratamentos específicos. Assim, quando Emilio mostrou sinais de risco de autismo na sua avaliação de 6 meses - não fazia contacto visual, não sorria para as pessoas, não balbuciava, mostrava interesse incomum por objectos - seus pais aceitaram de imediato o convite para que ele participasse de um programa de tratamento chamado "Infant Start". O tratamento consiste de uma terapia diária, chamada "Early Start Denver Model" (ESDM), baseada em jogos e brincadeiras. Testes aleatórios têm demonstrado que a técnica melhora significativamente o QI, a linguagem e a sociabilidade em crianças com autismo. Além disso, os pesquisadores dizem que quanto antes tiver início o tratamento, maior será potencial de sucesso.


"No fundo, o que podemos fazer é evitar que uma certa proporção de autismo ocorra," explica David Mandell, director adjunto do Centro de Pesquisas de Autismo do Hospital Pediátrico da Filadélfia.

"Eu não estou dizendo que estas crianças estão sendo curadas, mas podemos estar alterando suas trajectórias de desenvolvimento ao intervir precocemente, para que elas nunca sigam o caminho que leve à síndrome.

É impossível conseguir isso se ficarmos esperando o completo surgimento da doença." Sally Rogers, a cientista do Instituto MIND que acompanha a família Aguilar, conta que já enfrentou muitos desafios na adaptação da terapia de crianças de mais de um ano para os bebés. Mesmo os bebés com desenvolvimento normal para a idade ainda não podem falar ou gesticular, muito menos fingir. Em vez disso, Rogers pede que os pais prestem atenção no balbuciar e nas interacções sociais simples que ocorrem durante as rotinas normais de alimentar, vestir, dar banho e trocar o bebé. Durante a primeira sessão com Emilio, de 7 meses, Sally demonstrou aos pais Carmen e Saul jogos de esconde-esconde, cócegas e outras brincadeiras de interacção com pessoas. Ela falou sobre as 12 semanas seguintes e como eles fariam para que Emilio trocasse sorrisos, atendesse pelo nome e balbuciasse, começando com uma única sílaba ("ma"), depois passando para duas ("gaga") e mais adiante para combinações mais complexas ("maga").

"A maioria dos bebés vem ao mundo com uma espécie de ímã embutido que atrai as pessoas", explica Sally.

"Uma coisa que sabemos sobre o autismo é que ele enfraquece esse ímã. Não é que não se interessem, mas eles têm um pouco menos de atracção pelas pessoas. Então, como podemos aumentar nosso apelo magnético para chamar sua atenção? " A lição número um foi o contacto visual. Sally pediu que os pais se revezassem para brincar com Emilio, incentivando-os a ficar cara a cara com o bebé e permanecer na sua linha de visão. Carmen Aguilar inclinou-se sobre o cobertor azul e sacudiu um brinquedo. "Emilio? Onde está o Emilio? Do outro lado do espelho de duas faces, um pesquisador acompanhava a sessão e um assistente monitorizava três câmaras de vídeo na sala. Sally Ozonoff, que foi a primeira a escolher Emilio para o estudo, parou para observar.

"Ele está olhando apenas para o objeto, embora o rosto de sua mãe esteja a oito centímetros de distância", disse ela. "Ele tem um rosto muito sóbrio e tranquilo". Saul Aguilar foi o próximo a tentar. Ele colocou Emilio em uma cadeira vermelha feita de um saco de sementes e dobrou os lados sobre o bebê.

"Chuá, chuá, chuá!", fez Saul. Nenhuma resposta.

Ele levantou Emilio para cima de sua cabeça e imitou um avião. Emilio olhou para o teto. Então Saul colocou o bebê de volta na cadeira e pegou um lobo de pelúcia. Pôs o lobo sobre a cabeça e deixou-o cair em suas mãos. "Pschooo! Uuooó! Finalmente, Emilio olhou. "Isso foi ótimo", disse Sally Rogers ao pai do bebê. "Você colocou o brinquedo sobre a cabeça e ele foi atraído para o seu rosto. Você usou o brinquedo para melhorar a interacção social. Ao trazê-lo até o seu rosto, Emilio percebe você." Embora as causas do autismo ainda sejam um mistério, os cientistas concordam que existe algum factor genético ou biológico envolvido.

Tratamentos experimentais como o "Infant Start" visam abordar o ambiente social em que o bebê vive, para descobrir se as mudanças em casa podem alterar o desenvolvimento biológico da doença. "As experiências formam os cérebros dos bebês de uma maneira muito física", explica Sally. "As experiências determinam as sinapses; algumas são construídas e outras são dissolvidas." Na teoria, se um bebê prefere objetos em vez de rostos, uma "cascata de desenvolvimento" pode começar: os circuitos cerebrais que nasceram para a leitura facial são usados para outro fim, como o processamento da luz ou de objetos. Assim, os bebês perdem a capacidade de entender os sinais emocionais transmitidos pela observação de expressões faciais. Quanto mais tempo o cérebro de um bebê seguir este curso de desenvolvimento, mais difícil torna-se a intervenção. Entretanto, o esforço de frear o autismo através de intervenções antecipadas apresenta um problema científico.

Como não existe um diagnóstico formal de autismo antes dos 2 anos, é impossível distinguir entre os bebês que são ajudados pela intervenção e os que jamais teriam desenvolvido autismo. Os pesquisadores precisam obter uma série de avanços com bebês como Emilio antes de fazer um estudo aleatório, comparando os bebês que recebem o tratamento com aqueles que não o recebem. Os pais de Emilio estão felizes por seu filho participar da primeira fase do programa piloto.

Eles viram o filho mais velho, Diego, progredir tanto na terapia comportamental entre as idades de 3 e 5, que ficam muito esperançosos com o que poderá acontecer com o mais novo. Saul Aguilar largou o emprego em uma empresa de telecomunicações para cuidar de Emilio e trabalhar em seus objectivos todos os dias. Carmen Aguilar havia deixado seu emprego de assistente social quando o primeiro filho recebeu o diagnóstico. Mas os planos para o futuro tiveram que ser revistos depois da avaliação de 6 meses de Emílio.

"Eu sou a primeira pessoa da minha família a ir para a universidade," diz Carmen Aguilar. "Meu pensamento foi: 'agora já preparei o futuro de meu filho." Mas, depois de saber que Emilio também pode ter autismo, ela diz que "você para de olhar para tão longe no futuro; somos forçados a pensar um dia de cada vez."

fonte

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sons emitidos pelo bebê podem auxiliar diagnóstico de autismo


Tecnologia para análise vocal distinguiu crianças autistas das normais com 86% de precisão comparando padrões de vocalizações.
Cientistas americanos acreditam ser capazes de distinguir bebês autistas a partir dos sons que eles produzem.
Usando tecnologia para análise das vocalizações emitidas por 232 crianças com idades entre dez meses e quatro anos, os especialistas da University of Kansas identificaram diferenças nos sons emitidos pelas que foram diagnosticadas como sendo autistas.
A tecnologia permitiu diagnósticos corretos em 86% dos casos.
Estudos anteriores indicaram uma associação entre características vocais e autismo, mas, até hoje, o critério voz nunca foi usado no diagnóstico da condição.
O estudo americano foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Autismo é o nome dado a um grupo ou "espectro" de condições caracterizadas pela inabilidade de comunicação ou empatia com o outro, falta de traquejo social, traços obsessivos e comportamentos repetitivos.
Os cientistas americanos analisaram quase 1.500 gravações com um dia de duração feitas através de aparelhos fixados nas roupas das crianças.
Mais de três milhões de sons infantis foram usados na pesquisa, diz o estudo.
Os pesquisadores se concentraram em 12 parâmetros específicos associados ao desenvolvimento vocal do bebê.
Entre eles, o mais importante foi a habilidade da criança emitir sílabas bem formadas a partir de rápidos movimentos da mandíbula e língua.
Os especialistas acreditam que esses sons constituem as fundações das palavras.
Nas crianças autistas com até quatro anos de idade, o desenvolvimento nesse parâmetro é mais lento.
"Essa tecnologia poderia ajudar pediatras a fazer testes de autismo para determinar se o bebê deve ser examinado por um especialista para diagnóstico", disse o pesquisador Steven Warren, da University of Kansas, um dos envolvidos no estudo.
Ele explicou que a nova técnica pode identificar sinais de autismo aos 18 meses de idade. Atualmente, a média de idade das crianças diagnosticadas com a condição nos Estados Unidos é 5,7 anos.
E quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais eficazes são os tratamentos, acrescentou o especialista.
Outro ponto forte da tecnologia, ele explica, é que ela se baseia em padrões sonoros ao invés de palavras e pode ser usada para testar crianças de qualquer país.
"Pelo que sabemos, os aspectos físicos da fala humana são os mesmos em todas as pessoas", disse Warren.

retirado daquil

Lápis de cor


Uma sugestão para colorir o tempo em dias de chuva e, para diversificar, vale a pena experimentar uns lápis aguareláveis que dão um resultado simples e bonito. Encontrei por acaso e como o que é bonito e gratuito é para ser partilhado. Segue... :)) Brincadeiras com os filhotes nunca são demais !


Lápis de cor um jogo divertido!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um dia diferente

 Hoje tivemos um dia cheio de actividades. Para além do habitual decidimos fazer pinturas no cavalete,
 descobrir os livros novos que adquirimos para a nossa biblioteca e de seguida...
fomos brincar com os triciclos que os papás nos ofereceram.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo

Os cientistas testaram um remédio que deixou normal um neurônio de uma criança autista.




O Jornal Nacional noticiou nesta quinta uma descoberta promissora para as pessoas que têm autismo: uma disfunção que afeta a capacidade motora, de comunicação e de relacionamento do ser humano. Nesta sexta, o correspondente Rodrigo Bocardi conversou com o cientista brasileiro que chefiou a pesquisa para saber mais sobre essa descoberta.

A criança não se comunica direito. O convívio com as pessoas é limitado. E quando os pais se dão conta, percebem que o filho é portador de um transtorno neurológico: o autismo.

A doença até hoje se mostrou incurável e fez muitos pais se cobrarem achando que não deram o amor necessário ao filho. De San Diego, na Costa Oeste dos Estados Unidos, o pesquisador Alysson Muotri contesta.

"O estigma não deve existir mais. Não é culpa dos pais. Isso é um problema genético e a gente tem que trabalhar em cima disso".

Alysson chegou a essa conclusão depois de coordenar um estudo com mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto, na Universidade da Califórnia.

Para entender o cérebro de um autista, eles coletaram pedaços de pele de quatro crianças com a doença e de cinco sem. No laboratório, separaram as células da pele e as reprogramaram para se tornar neurônios.

Resultado: viram que os núcleos das células de crianças com autismo eram maiores e as ramificações de ligação com outros neurônios eram mais curtas e em menor número do que nas crianças sem o transtorno.

O próximo passo foi tentar resolver os problemas dos neurônios com sinais da doença. Os pesquisadores recorreram a diversos remédios. Um deles funcionou, deixou o neurônio normal. Isso deu esperanças de que o autismo possa ser curado.

Se foi possível alterar uma célula, é possível alterar todos os neurônios do cérebro, dizem os pesquisadores.

A questão é que o remédio foi eficiente para tratar uma célula em laboratório. Em doses maiores traz efeitos colaterais graves.

"O grande desafio agora é fazer uma triagem de novas drogas na esperança de conseguir descobrir um novo remédio que seja menos tóxico e que seja muito mais efeito do que o que a gente tem como prova de princípio hoje. Mas tudo pode acontecer. Pode ser que a gente tenha uma descoberta fenomenal e as coisas acelerem muito mais", finalizou Alysson.

Ver publicação de onde foi retirado.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que eu quero para os meus filhos!

Eu e o meu mundo


vídeo retirado do canal SIC
O programa Boa Tarde entrevistou duas mães com filhos diagnosticados com Perturbações do Espectro do Autismo. Vale a pena ouvir.

Poema duma mãe



Se...


Se eu pudesse,
de bom grado me deixaria guiar pela tua mão
nos labirintos misteriosos do teu ser
me fundiria em cada célula tua
e, sangue do meu sangue
iria em busca de te conhecer.


Então,
poderia ver o mundo através dos olhos teus
entender o teu Sol e a tua Lua
descodificar os sons
os cheiros
as sensações
do teu jeito
dentro do teu peito.


Perceber porque
choras sem motivo aparente
o que te leva a sorrir de contente
porque te guardas e escondes
de que te defendes?
é assim tão mau o mundo que te dei?


Sei que
guardas para ti
as palavras
as emoções
os pensamentos
os desejos
as paixões
as frustrações
as ilusões
o conhecimento
o entendimento
e talvez não entendas
porque não te entendemos.


O que é tão óbvio
que não enxergamos?


Queria ouvir-te acordado
sem medo de errar
sem medo de não ser perdoado
Teria o trabalho facilitado.


Assim,
resta-me acompanhar-te
nas lágrimas que não entendo
nos sorrisos
na linguagem do olhar
da cumplicidade
e do amor.
Proteger-te
com a própria vida
se preciso for.
Tentar perceber-te
nos gestos
nas posturas e expressões
acertando o bater dos nossos corações.


Com os meus monólogos
dou-te a conhecer o meu mundo
enquanto o teu
permanece mistério
bem guardado lá no fundo.


Ai, se eu pudesse
ver, tocar o bicho papão
há muito te teria resgatado
para o meu abraço
para este mundo
que para ti não está preparado.


És a minha obra mais completa
mais complexa
mais fascinante e especial
e, não consigo entender
porque a impotência
sempre sobressai no final.

retirado deste blogue