Inês Freitas é terapeuta da fala e o seu trabalho passa por um contacto directo e permanente com crianças autistas. Inês considera esta uma actividade de "grande emoção e expectativa constante, já que ainda há muito que descobrir sobre o autismo, o que torna o trabalho ainda mais fascinante". Tal implica "muita dedicação e calma, respeito e muita força de vontade" por parte dos terapeutas e das crianças.
Na APPDA-Norte estão muitos jovens institucionalizados e é Marta Colim quem os acompanha (com mais frequência no período nocturno). A responsável descreve as características destes jovens: "Não são doentes fáceis, não gostam que se quebrem as rotinas. Facilmente tornam-se obsessivos com algumas das actividades que realizamos."
Inês Freitas também refere estas diferenças: "Cada caso é um caso e para cada criança há uma história de vida diferente." Por isso, a terapeuta da fala elabora um plano terapêutico muito específico, pensado para cada criança. Para Inês, o seu trabalho, enquanto terapeuta da fala, "não se baseia no autismo em si, mas sim, na criança".
A evolução no autismo é feita de forma lenta, sem colocar demasiada ansiedade e pressão emocional em quem sofre desta perturbação. Inês Freitas não deixa de exaltar os pequenos passos no desenvolvimento, pois "qualquer evolução é significativa e irá ajudar [os jovens] a integrarem-se na sociedade".
A importância de uma aposta no desenvolvimento logo nos primeiros anos de vida é essencial para que os resultados sejam mais visíveis e permanentes. Tal implica um auxílio dos técnicos de saúde e de educação, de modo a que "mais potencialidades sejam dadas à criança para que esta se possa desenvolver da melhor maneira possível e envolver-se na sociedade", ressalva Inês Freitas.
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