quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A todos um bom Natal


Cada um fez uma árvore de Natal pequenina. Cortámos pedacinhos de papel metalizado, colámos numa árvore que estava desenhada numa folha de papel e por fim pintámos a estrelinha e o vaso com as cores que escolhemos. Enfeitámos assim a nossa Salinha que ficou com um ar mais alegre. Foi a nossa maneira de desejar a todos um Bom Natal!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Carta a todos os pais do mundo



• Não me dês tudo o que te peço. Às vezes peço apenas para saber qual é o máximo que consigo obter.

• Não me grites. Respeito-te menos quando fazes isso; e ensinas-me a gritar também. E eu não quero fazê-lo.

• Não me dês sempre ordens. Se em vez de dares ordens, as vezes me pedisses as coisas com um sorriso, eu faria tudo mais depressa e com mais gosto.

• Cumpre as promessas, boas ou más. Se me prometeres um prémio, dá-o; mas faz o mesmo se for um castigo.

• Não me compares com ninguém, especialmente com o meu irmão ou a minha irmã. Se me fizeres sentir melhor que os outros, alguém irá sofrer; e se me fizeres sentir pior que os outros, serei eu a sofrer.

• Não mudes frequentemente de opinião acerca daquilo que devo fazer. Decide, e depois mantém essa decisão.

• Deixa-me desembaraçar sozinho. Se fizeres tudo por mim, eu nunca poderei aprender.

• Não digas mentiras à minha frente, nem me peças que as diga por ti, mesmo que seja para te livrar de um sarilho. Fazes com que me sinta mal e perca a fé naquilo que me dizes.

• Quando eu fizer alguma coisa mal, não me exijas que te diga a razão porque o fiz. Às vezes, nem eu mesmo sei.

• Quando estiveres errado em algo, admite-o e será melhor a opinião que eu terei de ti. Assim, ensinar-me-ás a admitir os meus erros também.

• Trata-me com a mesma amabilidade e cordialidade com que tratas os teus amigos. Lá por sermos família, não quer dizer que não possamos também ser amigos.

• Não me digas para fazer uma coisa que tu não fazes. Eu aprenderei aquilo que tu fizeres, ainda que não me digas para fazer o mesmo: mas nunca farei o que tu me aconselhas e não fazes.

• Quando te contar um problema meu, não me digas “não tenho tempo para tolices”, ou “isso não tem importância”. Tenta compreender-me e ajudar-me.

• E gosta de mim. E diz-me que gostas de mim. Agrada-me ouvir-te dizer isso, mesmo que tu não aches necessário dizê-lo.

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pelo Natal, agradecer

Não fizemos, na nossa salinha, cartões de Natal para ninguém. No entanto achámos que este era o momento de agradecer às nossas professoras por tanto que fazem ao ajudarem-nos a ultrapassar as nossas dificuldades. Então decidimos oferecer-lhes um postalinho. Pintámos com esponja que molhámos em várias cores uma cartolina branca. Uma das nossas professoras imprimiu uma fotografia nossa onde escreveu uma frase que dizia assim: Obrigada por seres minha amiga e me dares atenção, por me ensinares e me dares a mão!
Colámos a fotografia na pintura que fizemos e depois agrafámos um lacinho.

Quando oferecemos à nossa professora do regular, ela ficou muito contente e deu-nos um abracinho!
Nós também achámos que ficou uma prenda muito bonita. Mas elas mereciam!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um dia na nossa Unidade


 Já acabei as actividades todas. O monte das caixas está enorme. quase não lhe chego. Preciso de crescer mais um bocadinho!


 Só entrei para esta sala há poucos dias. Ainda não sei muito bem como isto funciona, nem conheço muito bem as pessoas. Este jogo parece-me interessante. Ficaram todos admirados quando me sentei um bocadinho e fiquei a jogar. Foi a primeira vez.


Eu gosto muito de fazer este jogo com letras. Já sei quase o nome de todas elas. A minha educadora vai-me dizendo nomes que posso fazer com elas e eu tento repetir. Depois encaixo as letras no sítio certo.



Depois das tarefas todas feitas está na hora de brincar. Hoje apeteceu-me telefonar ao pai. Não deve estar, não responde. Vou esperar mais um bocado. Até amanhã!

Outros espaços a visitar

Porque é importante visitar outros espaços, onde se divulgam e aprendem muitas coisas sobre este mundo imenso que é o autismo, recomendamos uma viagem ao Incluso . Percam o tempo que quiserem. Não o considerarão perdido. Voltarão com toda a certeza para outras viagens, a outros temas. É o que nós fazemos de vez em quando.

Cautela, pais!

Os pais devem ser cautelosos

Existem muitas e diferentes terapias às quais os pais podem e têm vindo a recorrer para dar resposta às necessidades dos seus filhos com autismo. Embora não exista uma terapia que seja a indicada para todos os casos, os especialistas estão de acordo em três aspectos, nomeadamente:

(1) A intervenção deve começar o mais cedo possível;

(2) A intervenção deve ser adaptada às necessidades específicas de cada criança e família;

(3) A intervenção deve ser reavaliada à medida que a criança se vai desenvolvendo.

Embora a investigação na área do autismo esteja em plena ascensão, existem muitas vertentes por explorar, estudos por confirmar, produtos e terapias a testar os seus resultados.

Todavia, existem metodologias de intervenção, nomeadamente, SON-RISE, ABA, TEACCH, DIR, Floor-time, Relation Play …, que são do conhecimento dos técnicos que intervêm nas pessoas com Autismo. Estas metodologias deverão ser utilizadas de forma articulada e conjugadas de acordo com as características e potencial de cada criança, jovem ou adulto, em cada fase do desenvolvimento. Daí ser importantíssima a avaliação interdisciplinar, a fim de se aferir quais as estratégias de cada método que melhor resultarão em determinada fase.

Os pais, com toda a legitimidade, estão em constante alerta, sempre dispostos a pôr à prova cada nova esperança.

No entanto, devem ser cautelosos!

É importante que os pais sejam meticulosos na avaliação de cada nova terapia e que existam evidências científicas acerca das mesmas.

Por outro lado, é imprescindível que os pais partilhem a informação com os médicos e terapeutas que acompanham o seu filho para que estes possam ajudá-los a ponderar se aquela terapia é pertinente e conciliável com as terapias que a criança já usufrui.

Frequentemente, têm surgido alguns produtos potencialmente perigosos, sem certificação e controlo. A Internet parece ser o meio mais eficaz para fazer chegar a informação aos pais que, desesperados, não olharão a meios para ajudar os seus filhos com autismo. No entanto, sem plena consciência disso, poderão estar a pôr em risco a saúde e o desenvolvimento dos seus filhos.

Sejam cautelosos! Partilhem e comprovem cada nova informação. A intervenção em equipa é fundamental para o desenvolvimento harmonioso dos vossos filhos!

Contactem a AMA, exponham as vossas esperanças e esclarecem as vossas dúvidas.

Este artigo foi elaborado pela Drª Cristina Nunes (Psicóloga, AMA) e retirado do site da AMA

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um filme




O filme Amargo Pesadelo estava a ser rodado no interior dos Estados Unidos.
O director fez uma locação a um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários actores contracenando com o proprietário do posto onde ele também morava com sua mulher e filho. Este último, autista, nunca saía do terreno da casa. 
A equipa parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o director teve a felicidade de encaixar no filme. 

Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos actores que sendo músico andava sempre acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto. 

Como houve uma 'resposta musical" por parte do garoto, o director captou a importância da cena e mandou filmar.
O restante vocês verão no vídeo. 

Atentem para alguns detalhes: 
- O garoto é verdadeiramente um autista; 
- Ele não estava nos planos do filme; 
- A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando 
- A felicidade da mãe captada numa janela da casa; 
- A reacção autêntica de um autista quando o actor músico quer cumprimentá-lo. 

Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto. 
A sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria. 
A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro.
O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície.
Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme "Amargo Pesadelo" (Ano: 1972).